Até chegar aqui, li várias vezes Carlos Drummond de Andrade. Digo aqui, neste dia de hoje. E em 1993, por aí, tive acesso ao livro em que constava o poema abaixo: Cidade prevista Irmãos, cantai esse mundo que não verei, mas virá um dia, dentro em mil anos, talvez mais... não tenho pressa. Um mundo enfim ordenado, uma pátria sem fronteiras, sem leis e regulamentos, uma terra sem bandeiras, sem igrejas nem quartéis, sem dor, sem febre, sem ouro, um jeito só de viver, mas nesse jeito a variedade, a multiplicidade toda que há dentro de cada um. Uma cidade sem portas, de casas sem armadilha, um país de riso e glória como nunca houve nenhum. Este país não é meu nem vosso ainda, poetas. Mas ele será um dia o país de todo homem. ( Carlos Drummond de Andrade , A rosa do povo , em Poesia e prosa . Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992 , p.158-159.) Drummond... Esse país de todo homem ainda não existe... Talvez seja o Brasil, mas é necessário que ocorram muitas demolições, poet