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Mostrando postagens de setembro, 2018

AS VIAGENS

(Este é um texto sobre lancha, sobre barquinho de papel, sobre saudades, sobre sala de aula, sobre ser professor-pesquisador na época em que não existia Internet, mas sobretudo sobre as boas lembranças das viagens com a professora de Geografia Rita Carvalhal no CEI - Colégio Estadual de Itabuna, sem sair daquela sala de aula tão simples.) Lancha é bacana, mas prefiro barco de madeira ou barquinho de papel. Em verdade, prefiro aquele barquinho de papel que a gente fazia quando em criança, ele levava a gente por muitos lugares, por imensas águas para além bairro… Aquele barquinho podia tudo porque era nosso barquinho de papel e tínhamos uns seis, sete anos, apenas… Foi com ele que fui à Ilha de Itaparica. Depois ouvi falar das Ilhas míticas do Atlântico, mas já não era criança e por isso meu barquinho de papel nada mais poderia fazer por mim se quisesse encontrá-la. Muito tempo depois conheci Rita Carvalhal, professora de Geografia que me contou (à turma toda) sobre outras Il

MESMO POR 5 MINUTOS…

Hoje eu tive um sonho estranho tipo sem sentido. Acordava e não via pela casa objetos que já fazem parte de nossa rotina: o seu chinelo verdíssimo e gasto encostado ao meu, sua fotografia sorridente comigo ali, aquele livro do Rilke “Cartas a um jovem poeta”.  Fui ao banheiro pensando  “é coisa de minha cabeça... São esses dias difíceis quando a pressão aumenta"... Mas me olhei no espelho  e logo lembrei de tudo. Nesse momento chorei feito criança sozinha e presa, gritei seu nome mil vezes quase estourei minha veia. Lembrei que foi uma coisa torta que eu disse que disparou discussão, numa hora banal, acho que foi lá na sala. Você saiu para o quarto calada e triste... Não dei importância maior e terminei o filme. Quando fui ter com você foi quando então me disparou um tiro de escopeta direto no coração! Lembrei que eu só repetia: REFRÃO Fique Não vá, não vá, não vá, não vá, não vá. Fique por favor! Mesmo por cinco minutos não vou aturar t

Água justa, água salgada.

Tem luz que nasce do mar. Teve tristeza no mar... Ele serviu de caminho para navios assombrosos... Tem Festa de Iemanjá, tem paz agradecimento. O mar é amplo de amor, mas pode virar guerreiro, quando a agonia é grande, mataram metade de seus habitantes... Mesmo assim ele nos deixa passar a mão em suas águas, acalmar nossas tristezas, contar-lhe nossos segredos de amar e mal amar... De ter medo de homofóbicos presidenciáveis... De ter assombro de candidato racista de negro e de pobre... É triste? É mais que assombroso? Daqui desse lado do Oceano Atlântico, fico a conversar com Deus, com todos os Santos, com Iemanjá, com Nectuno, pedindo ajuda para tudo acabar bem. Chega de magoar o povo brasileiro. (Autoria: Solineide Maria)

"O mar tem areia,a Terra tem ciência, mas lá no céu tem Deus, que dá toda a providência"

Também o mar tem redes  são invisíveis,  graças a Deus.  Salvam a gente de afogamentos  e adeuses. O mar trás de volta,  leva o que não é positivo. Mas o mar chorou durante séculos  o desastre da navegação de navios de criaturas horrendas,  eles vendiam irmãos para escravizar. O mar encheu tanto, tanto, que um dia tudo isso acabou.  Mas acabou no mar... Porque tem uns aí (lado Brasil do Oceano Atlântico) que são a favor da volta da escravidão,  do uso de arma de fogo,  de abate de irmão que gosta de gente. O mar começou observando a transgressão desse pessoal...  Desses pensamentos obscuros,  dessa situação. O mar sabe tudo... Do lado Luanda do Oceano Atlântico  também eu, sei um pouco... "O mar tem areia,a Terra tem ciência, mas lá nos céus tem Deus, que dá toda a providência". (Solineide Maria)

Amo Clarice Lispector.

Ela me representa tanto. Tem uma entrevista dela que revejo sempre. Concordo tanto col ela... choro... sorrio com essa entrevista. Ela diz assim: "o adulto é triste e solitário ". É. Mas é uma constatação,  não  é dor. Nem vitimização. Amo Clarice Lispector. A criança,  ela diz, "tem a fantasia ". Ela dá uma pista, diz que o adulto,  o ser humano vai se transformando em triste e solitário  "à qualquer momento da vida, basta um choque um pouco inesperado e isso acontece". No entanto,  ela lembra para o repórter que tem muitos amigos e que naquele dia ela "só estava cansada". Clarice assume que "quando não escreve está meio morta". Clarice Lispector, sinto saudades muitas suas. Autoria: Solineide Maria. Luanda,  09 de Setembro de 2018.
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Se não der, tudo bem, a gente pega um navio, um avião... Uma ponte,  a mão de Nossa Senhora... Se não der... Olha... paciência... Mas o povo que trabalha, "de fato" (de fato, quero dizer, realmente) não aguenta mais tanta corrupção e tanta violência. A gente finge para viver, mas doi... Doi todos os dias ver  que os ladrões quem tem zilhões no exterior (e nos bancos brasileiros) que estão destruindo o Brasil, estão soltos. Estão numa boa... Querem destruir o Brasil por nada... Parece que querem nos ver morrer, todos nós, os pobres, os do morro, os negros, os gays, os trans. Todos os que não estão do lado deles, nem querem estar. os heteros, os professores, os artistas sem palco, os da Comunidade. Não Chamam de Bairro, chamam de Comunidade... Doi tanta coisa sabe... O menino de uniforme de escola, 14 anos, assassinado no meio da rua, todas as moças estupradas  todos os dias, todos os dias, todos os dias e nada resolvido... Do