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Mostrando postagens de outubro, 2012

PADARIA I (para Fernando Pessoa)

Não sou nada  não quero ser nada.  Se um dia chegar a ser eu mesma  já está muito bom. Solineide Maria

De ser PEQUENO e de ser GRANDE

 Uma formiga muito pequenina, dessas que anda na pele das plantas, por cima da mesa, catando farelinhos de pão, viajou para a floresta para passear. Ficou por uns dias na casa da tia que se chamava D. Formigona.  Na verdade, D. Formigona era muito pequenina, feito a formiguinha pequenina, mas era tão poderosa sua mordida, que logo inchava o local onde ela dava sua dentada. E tem outra coisa: D. Formigona era muito autoconfiante ,  quarentonizada  e se dava muito valor. Sempre aconselhava a formiguinha pequena e tristonha que devia se animar, pois ela era uma Criação Divina, quer melhor que isso? Sempre a assegurava. Porém, não tinha jeito, a formiguinha não se entendia com o seu tamanho e com sua força reduzida e com suas dificuldades pela terra. Grandes pedras para escalar, altas folhagens para vencer...  Eis que num dos seus passeios pela floresta, a formiguinha encontrou um velho leão, descansando em suas terras. Tomou coragem e foi até ele. Aquele animal enorme, com grandes j
Vou dormir...  A manhã,  quero acordar. Solineide Maria

PARA JESUS! O NATAL QUE NOVAMENTE SE ANUNCIA!

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  Jesus: desculpa-me essa roupa assim puída... e essas mãos cansadas de quase nada, essa sala embrulhada em medo e inglória por tantos sonhos meus amarelados. Sei bem que esta que vos escreve, deveria ter melhor cadeira  para ofertar-lhe, mas olha... Senta aqui nesse banquinho, concebido por meu pai que foi carpina, era assim que o chamavam  na empresa... Toma esse café forte e cheiroso, foi minha mãe Menino do meu peito, que preparou cedinho,  antes de sair para o Posto pedir uma Consulta... Faz meses que estamos dividindo essa quase impossível empreitada... Por que me fitas tanto  e em tanto silêncio? Ai desculpe,  deve ser por causa desse pão... Hoje em dia os pães são só fermento... Desculpas é o que mais tenho ofertado, mas olha, meu coração não faz teatro. Acolhe minha família em Suas mãos: tem um cunhado meu,  é professor... vive aturdido em meio às cobranças... Oh Senhor, deixa que ele experimente maio

Senhor, receba por enquanto apenas esta prece...

Ainda não sou gentil,  não tanto quanto gostaria...  Ainda elevo a voz,  ainda eriço a testa,  não calo, calo, calo.  Ainda não sei não dizer.  Ainda não sei usar as palavras certas...  Os vocábulos me traem...  No entanto Senhor,  Tu que sabes que lá no fundo  guardo o melhor de mim:  o vestido mais bonito  (embora puído),  a sandália mais simples e confortável  (ainda que gasta),  o anel mais polido  (apesar de latão inútil).  Abraça-me apertado  quando observardes que  estou prestes a desistir  do melhor que há em mim.

Reencontro

Hoje a luz me revisitou:  escancarou as janelas,  abriu a porta  (para que eu colocasse o lixo na rua).  Fez café e me desejou bom dia  (quando fui para o Colégio...). Da esquina dava pra ver seus cabelinhos ruivos,  com luzes nas pontas,  acenando com aquelas mãos  cor de azul-infinito. Solineide Maria de Oliveira

Aqui

Não se distancie demais posso perder tua face. Fique por perto... Não saia sem avisar. Não esqueça de dizer que está na sacada: ando muito esquecida, posso desesperar... Fique aqui, aqui, bem aqui: dentro de mim. Solineide Maria
AGORA: eis o momento exato para viver feliz de fato. Solineide Maria

AMIGÃO

Um cachorro sujo e velho parou perto de mim. Olhou-me.  Parecia que falava sem palavras: olha só que situação a minha... Meu primeiro pensamento foi o de sair de perto dele, afinal, estava limpa (será?) e meu destino era o de uma entrevista para emprego. Já pensou, chegar fétida e com semblante melancólico? Tinha de chegar lá, com ar de quem vira um passarinho colorido: cheia de vitalidade e disposição para crer que “todos somos iguais perante as oportunidades”...  Não sei bem o que me fez ficar ali parada perto daquele ser que, ao que parecia, esperava a morte. Doente e velho, cansado e só. Sua vida tinha sido boa antes da doença, pois portava uma coleira onde se podia ler: AMIGÃO. Era seu nome?  As letras eram bonitas, caracteres que pareciam esboçados para ele. Estrelas rodeavam o nome e, no final, tinha uma frase em letras menores dentro de um pequeno coração que dizia: para sempre. Quando li o nome e fiz a investigação do resto da coleira, quedei-me triste e sorumbática.

Compreendi...

A prova objetiva  tem o objetivo  de debilitar seu objetivo. Para Marise Limeira (companheira de provas objetivas...rs)

O POETA JESUS

Ele me olhou com olhos de amor, abraçando minhas mãos titubeantes. Fez um sinal que queria entrar, em minha casa simples, desordenada, pequena. Ofereci um copo d'água, vinha suado, o sol estava de "rachar". Ele sorriu... Talvez pensando assim: "que pretensão"... Fiquei vexada, afinal, o que dizer, o que, para Ele, poderia ofertar? Depois de um breve silêncio Ele me olhou, e perguntou com voz de algodão: - Soli, qual é seu medo? Por que demoras tanto em sua decisão? Carregue-se de suas obrigações,  segue minha filha, não olhes para trás. Gente... Morri eu acho. Melhor, desencarnei. Quando acordei senti uma alegria, que somente os menestréis explicam. Havia sonhado com O POETA JESUS. Dedico à Virgínia Araújo - irmã que reencontrei no CECC . Solineide Maria de Oliveira

Pedido ao novo Prefeito de Itabuna

Peço a Deus que não ocorram: ameaças aos funcionários  concursados, "sumiço" de verbas, preconceito religioso (ou nenhum outro). A cidade necessita crescer. Que as ruas sejam "abraçadas" pelos olhos vivos da Segurança Pública, que as mães não continuem  amedrontadas... A cidade precisa respirar. Que a Cultura volte a sorrir (há muito ela anda cabisbaixa). Que o Rio seja rememorado... Não desfaça dos mil e poucos votos que lhe asseguraram ser Prefeito. A cidade tem pressa em ser grande. Não despreze aqueles que não lhe cederam crença. Seja justo e honre as promessas, sobretudo àquelas que foram proferidas em nome de Deus... Não professo da sua Religião, mas seu Deus é o mesmo Deus  no qual creio; e à Ele solicito em minha prece, que abençoe sua administração nestes quatro anos em que Itabuna (minha cidade sofrida), estará fisicamente em suas mãos. Solineide Maria de Oliveira

Oração pessoal...

Fica comigo quando a manhã rompe   e durante todo o dia. Quando ficar triste e quando chegar  alguma alegria. Quando os que estão ao meu lado forem sinceros e quando faltarem com a verdade... Fica comigo e alivia minha falta de amor  pelos que mentem simpatia... Fica, Senhor, comigo quando crer no homem que faz política. E quando minha descrença pelos políticos desta  Cidade, deste Estado, deste País aflito de pobres, de gentes que não dão certo por falta de anistia, for maior do que minha harmonia. Fica comigo mesmo que minha pouca fé Lhe silencie... Fica comigo quando esteja com alguém e quando a solidão for minha companhia. Fica comigo quando alguma indecisão me angustia. Quando temer o futuro, quando minha colega de trabalho me repudia ... Quando pensar que posso adoecer  de melancolia. Quando faltar luz nas frestas  dos meus dias. Quando me dizem a verdade  e quando me tripudiam. Fica comigo agora nessa rua

JARDINEIROS INFIÉIS...

Onde estão as rosas que colhi na manhã de ontem?  Não cuidei bem delas... feneceram rápido. No primeiro ato de intolerância...  Na impaciência.  Na voz áspera. Por que se perde o vigor com tanta pressa? Por que nossas rosas são tão efêmeras? Por que será que cuidamos tão mal dos nossos jardins internos... Logo eles que não são suscetíveis às estações do ano?.. Solineide Maria de Oliveira

Caminho para a simplicidade

Ficaram para trás as coisas que prestavam. Agora... Agora nada. Nada mais será igual, nenhuma novidade há nisso. Mas há.  Há a novidade de não ser como antes, porque é um antes diferente de outros antes.  Tudo isso, mesclado ao som horroroso que entra pela janela da sala, são motivos suficientes para desistir de tudo. Talvez escrever...  Isso! Eis a ferramenta de me jogar pela janela “adentro” de mim! E voltar de lá mais fácil, porque o mundo já está farto de complicações... Solineide Maria de Oliveira PARA CECÍLIA E CLARICE 

Canção sem palavras...

Nenhuma delas me toca. Nenhuma sua alegria. Nenhuma sua alma boa Nenhuma... Ai meu amado, minha amada, Amor meu... Nenhuma delas conserta  meu pescoço... Nenhuma... Só mesmo essa canção sem palavras faz algo em mim tão divino... Para Fabrício  (meu amigo pianista rebelde).

Nossa Senhora dos farrapos humanos?

Deve ter uma Santa para aqueles dias em que estamos um "farrapo humano"... Dias quando acordamos cansadas(os) de tudo e de nada... Essa Santa deve ter assim uma cara boa... Dessas que aparecem nas melhores revistas de moda... Ela deve ser super corada, deve ter olhos ativos... Deve passar aquela atitude só na pose ne? Se tal anjo existir, peço encarecidamente que me guie durante essa semana... Porque não sei onde foi parar meu dedão do pé. Meu melhor perfil para foto... Minha intenção de atingir a próxima sexta-feira.