MINHA VÓ CANOA, MINHA VÓ RIO
"Menina vem sem palavra." Eu ouvi, depois vi. Vi uma mulher de cabelos longos, meio pretos e meio brancos. Grisalhos. Era tarde da madrugada ou era cedo, começo da manhã? Não sei. Mas levantei e segui aquela Senhora magra e pequena, mas bonita. Bonita de forte e séria. Lá fora nos encontramos com outra Senhora. Pequena também, séria também. Forte, me pareceu. Disse em sussurro: "é cedo, mas já tem gente acordada, vamos sem dar pio nenhum." Eu não sabia o que fazer. Por dois segundos quis trancar a porta, mas quando dei por mim já estava na rua, depois numa canoa, depois num rio, depois num lugar que não identifiquei. Havia muita gente deitada na terra, era uma mata? Uma floresta? Não sei, estava ainda a querer identificar as mulheres que sumiram. De repente um homem pequeno, do meu tamanho (1.50) me dá uma cuia e uma panela de barro e pede para distribuir aquela água às pessoas. Eu assenti. Havia gente de todas as etnias. Eram pessoas. Era gente. Era um mundo de