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Mostrando postagens de setembro, 2013

Passará

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Vai passar... Daqui a pouco será lembrança. Daqui a pouco... Será mais nada. Passará. Daqui a um ano será reverberação de uma canção longínqua. Tudo passa... Daqui a pouco será um poema triste.. Três... Um livro de cem páginas... Talvez dois. Mas olha, querida: passará. Lembra de quando perdeu a boneca? Aquela que mais amava, a única? Passou não foi? A falta virou lembrança, depois... Depois mais nada, apenas um rostinho disforme. Passou. A roupinha colorida dela, também passou. Então... Passará... Daqui a um século, será mais nada. Chora não... Chora sim, porque isso também passará. E um dia, um dia, um dia, tudo não passará de aprendizado. Solineide Maria Para Renato Russo (porque ouvi muito Passerá para ajudar a passar...)

Expressão de adeus

Outro modo de ler minhas escritas: http://www.recantodasletras.com.br/prosapoetica/2341226

Ato de descontração

Juro que não quero Senhor, ser um pedaço de carne para qualquer um... Uma taça de vinho e pão e luz para uma noite qualquer.  Juro que não desejo mais, a pouca nitidez de palavras que não ficam. Dessas que a gente se esforça em rememorar.  Prefiro a Tua voz a me dizer que fique e descanse no Teu ombro a falta de coragem.  Depois, deixa que Te faça um peixe ao azeite, deixe que Te sirva água, depois Decidirás se será vinho ou não.  Depois eu quero Teu pão que me alimenta muito mais.  Solineide Maria do Livro de Orações da Mulher (em edição) Há outros textos meus no endereço abaixo: http://www.escrita.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=12546 Visitem-me. Deixem comentários!

ENQUANTO ISSO

Enquanto isso , vou espiando a vida e tomando nota do que sim e do que não... E do que talvez, e do que agora e do que depois. Assinalando xis para a alegria. Xis para a fantasia. Xis para as gôndolas de festa. E xis para um tempo feliz. Solineide Maria 05h38min Itabuna, 22 de agosto de 2013.

Envelheci em tuas mãos

Envelheci em tuas mãos.  Presenciei teus silêncios... Todos recheados de um vazio causticante.  Envelheci na frente da tua TV, em tuas mãos, em teus braços... Presenciando os detalhes de tuas horas de enfermidade, das falas apaixonadas que não existiam...  Vi alguns barcos indo embora, e tu no quarto, dormindo após o sexo... Nunca, nem de longe, tu me acenaste dizendo:  "Fique, fique! Não saia nunca mais daqui".  Toda impressão de querer ficar que tateava, morria no início. E nenhuma impressão de querer ficar se torna verdade... Dessa maneira, envelheci em tuas mãos...  Bebi do teu vinho - aquele mesmo que ofertava a todas as mulheres do teu passado, mas vinhos não saciam a falta de projetos de vida...  O medo de não funcionar, fazia de ti um homem em busca de prazer... Para amenizar a dor. E sempre existia uma dor (ao menos quando estavas comigo)... Aos poucos eu adoecia. Envelhecendo, assistindo tua dor, velando teu sono (pós-sexo). Aquela de sempre: a q

Amigas inseparáveis

A insônia é amiga íntima da solidão. Elas não dormem para se acompanharem. A solidão é muito silenciosa, a insônia não... A insônia fala muito, atropela os pensamentos todos, e não deixa a solidão se ajeitar. A solidão não fala nada. é silenciosa, Tem uma cara triste, triste de dar dó... A solidão tem olheiras imensas! A insônia tem grandes olhos, imensos olhos que nunca piscam... Mas não tem olheiras... Curioso isso... A insônia nunca toma café, prefere Chá Mate Leão, a solidão não. A solidão adora café e é viciada em limonada. 29-08-2013

Reflexões dolorosas...

Para escrever nova história é preciso apagar a antiga? Essa questão incômoda abriu a porta do dia que parecia prometer calor. Umas vozes longínquas avisavam que era hora de levantar (acordar já não precisava). Um café preto iniciou a investida do dia. Primeira escrita do dia... A prece saiu fraca, sem ciso, sem muita voz. Mas houve a prece... Como é doloroso ter escrito mal uma história que poderia ter dado inúmeros capítulos... Mas vamos ao dia, que agora não prometia mais calor, chovia... Sair e andar, mesmo quando a vontade é de ficar quieta e dormir, dormir, dormir... Não precisava nem sonhar. A chuva engrossa e paro numa marquise que protege a sobrinha frágil e a sapatilha. Um gato também pede abrigo e me olha. "Nunca estamos sós"... Penso. Olho uma vez mais para o gato e ele a mim. Sinto que é um abandonado, está com a cara ferida e as patas um pouco sangrentas, sangradas... Ele lambe as patas e me olha novamente. Entendo que está tentando melhorar as feridas...

Nosso SUS é JeSUS (texto antigo, mas atual...)

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Sentada esperava o atendimento médico (terrícola). Desde cinco horas da manhã, estava numa fila para pegar uma senha. A senha me daria direito à marcação de uma consulta. A consulta seria marcada para uma semana seguinte (ou mais, é meio uma coisa de"sorte").  Segundo Dona Maria, companheira de fila, a chamarei assim, "tudo é coisa de sorte". Dona Maria é uma dessas mulheres idosas, que assomam os Postos de Saúde do país (Brasil). Mais especificamente, da cidade de Itabuna, no Estado em estado de lamúria: Bahia. Todos estavam meio sonolentos, mas ela estava a todo vapor. Estaria excelente, não fosse a catarata que aguarda cirurgia faz um ano... "A televisão diz que é só vim no Posto né minha fia?" Perguntou afirmando - aquela senhora simpática, apesar de "nitidamente" sofrida. As mãos calejadas, as unhas (duas) ausentes dos dedos. Soube que fora por causa de tanto lavar roupa "dos outros".  Respondi que a televisão ment