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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Aniversário

Estou muito cansada.  Há vários dias sem dormir, pensando se devo ou não, mentir que gosto e dizer o que não sei direito. A vida dizendo não - quase a todo momento. O dia cheio de ervas daninhas para serem aparadas. A cama sem me dar sono e carinho... Estou atrasada há quarenta anos. Meu Deus! Quarenta anos?! Como é que se pode envelhecer sem ser ou ter sido, tido...

Minha casa

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Não precisa ser grande.  Basta ter mesa e cadeira e um relógio na parede. Uma máquina de costura e uma estante, para acolher livros e fotos. E fatos... Uma cama muito simples, basta. Um quadro de uma paisagem qualquer. Um ventilador de teto. Um brinquedo de criança. Uma janela. Não precisava ser grande...

João Cabral de Melo Neto

João Cabral de Melo Neto, ensina-me sobre pedra, mesa, cadeira, maçã, poesia. Ensina-me como escrever terra, lama, rio, sol e não ser repetitiva. Ensina-me a ser eu mesma, quando tento pela milésima vez escrever sobre o pó das palvras que acho que entendo (e que acho que escrevo).

Um dia a gente vai ser humano feito Amilton dos Santos

Um dia a gente vai conseguir ser humano... Porque não é coisa de ser humano, jogar gente viva para fora de casa  e passar por cima dos móveis, dos documentos,  da bicicleta,  do casasquinho do bebê,  da geladeira, ou mesmo da sala do barraco sem nada. O barraco de uma pessoa que só tinha aquelas coisinhas.  Ou aquele nada de nadinha... Um dia a gente vai ser humano,  feito aquele motorista de trator,  que se recusou  a passar por cima da vida de uma família e destruí-la. http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/por-onde-anda-o-heroi-tratorista-que-se-recusou-a-demolir-casas-e-emociou-o-brasil/

Blhete saudoso

Sinto saudades de ti, mas não mais repetirei. Saudade fica maior quando a gente diz que a tem... Amo-te. Isso é tudo. Vá e sejas muy feliz. Eu, de cá, tentarei ser também... Para Sandra Carneiro (minha eterna professora do dedo verde ) .

Dormindo com um poeta II

Noite passada, o poeta fingidor dormiu comigo. Ungiu minhas mãos com algumas palavras e asserenou meu coração, por dois minutos. Depois, fez um desassossego total... Descabelou versos inteiros, que pensei ter havido compreender. Desarrumou uns parágrafos, que pensei tê-los bem escritos. Riu de umas reticências... Fez silêncio em algumas passagens de versos muito pueris. Eu, calada e extasiada, continuei a ler aquele homem amplidão! Para Simone Paulino (e suas leituras profundas).
Saber é difícil.  E quem sabe, não diz que sabe: compartilha. Solineide Maria (22/01/2012) Saudades de Clínio! ...

A salvação pela leitura

Sem vontade de nada, sentei e vi um livro: ele me olhou sem jeito... Olhei para o lado, sem graça. Depois de uns minutos, ouvi uma palvra: ânimo. Olhei para a estante: o livro me olhava, ainda. Levantei e colhi aquele objeto. Era um livro lido, conhecia a história, mas comecei a lê-la de novo. E, de repente, navegava por palavras que não havia lido na primeira leitura. Já não lembrava que estava prestes a desisitir de tudo.

REDE SOCIAL - tempo que não volta

O que estou fazendo aqui? De cara pruma coisa sem vida, escrevendo para pessoas que posso encontrar... Que tipo de pessoa me tornei? Que tipo de diálogo é este? São tantas pessoas plugadas, apenas dois ou três me dão BOM DIA e saúdam o poema e a poesia... São dez da manhã, sentei-me aqui às nove... Quanto tempo ainda tenho, para dar ao triste (e solitário) clarão desta tela?

Desejo de poesia

Queria escrever poesia, para me resgatar da inutilidade. Queria escrever poesia, para ampliar meu campo de visão... Queria fazer poesia, como quem faz pão para alimentar o espírito e dá de comer à esperança. Queria fazer versos de criança, e acreditar que a vida é dança de muitos pares. Queria fazer versos para o amor, depois sair amando mundo afora,  adentro... Queria nunca mais ser triste... E cada verso que escrevesse, poderia refazer a possibilidade de a tudo resistir: incluso às gentes sem harmonia, ou falsa harmonia... Queria ser poeta e semear palavras de se esconder e de se mostrar. Para que a vida fosse leve, e, se pesada, poeticamente carregável. Para Rafaela

Ser humano é ser maior

Não nasci para viver, nasci para ser humano. Desse modo quero ser. Vou viver, claro, é da vida. Estava no Plano... Mas ser humano é maior.

No caminho inteiro

Antes do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra antes do caminho tinha uma pedra antes do caminho tinha uma pedra. No início do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no início do caminho tinha uma pedra no início do caminho tinha uma pedra. No meio do caminho aparece a mesma pedra a mesma pedra aparece no meio do caminho. A mesma pedra, parece... No meio do caminho, aparece, a mesma pedra. Quando chegaremos ao final, se as pedras insistem triunfantes nesse espetáculo melancólico de ombros frágeis servindo a ignorantes? Com muito amor e constrangimento, por tantas lutas em troca de não tão muito...  Dedico este poema para aquele que MAIS tem me ensinado e amparado e acolhido e sido companheiro, companhia e paz. Para Agildo Santos Silva de Oliveira , que não me deixa desistir de acreditar.  Porém meu amigo, hoje não estou com o entusiasmo de sempre, com relação a profissão que acolhi.  Peço desculpas... Hoje não dá para sentir aleg

Festa de "estilo"

Perífrase convidou Catacrese para um sarau. Foi uma sinestesia só! Para Sandra Carneiro (minha eterna professora do dedo verde!)

7 DE JANEIRO - DIA DO LEITOR

I Oração do leitor Para qual Santo ou Santa devo endereçar esta prece?Eu, que nada sei de nada, que apenas busco nas palavras o que, talvez, nem elas tenham o poder de me ofertar.  Digam-me: Santo Agostinho? Santa Teresa? Suplicar a qual dos seres que já cresceram em todos os graus de leituras possíveis, minha possível melhor leitura? Aquela que me abone de mim. Aquela que não me deixe apagada (o). aquela que abra meus verdadeiros olhos. Qual ser divino, pode ser o que trará a luz da leitura exata. Exata - e não - estática? Não aquela leitura rígida, que finda, que estagna. Quero uma leitura além dos vãos e vielas dos olhos medíocres de um leitor qualquer. Santa Luzia? Ela que protege a visão, será que também protege a leitura, já que ler é um modo outro de enxergar? São Francisco de Assis? Ele que foi o homem que soube ler a alma do universo, sendo homem e santo a um só tempo. Leu os ares, mares e lugares. Santa Clara, sua amantíssima companheira de jornada? Ela que

Poema sem assunto

A palavra amor não sei. Serve de pretexto para uma cena: erótica. Serve de enfeite para uma porta. Serve, talvez, para escrever um poema sem assunto.

É preciso mais do que sorte

É preciso mais do que sorte na senda da poesia. Inicialmente, é preciso que você não vá embora. Porque sem sua presença, o vácuo tece os versos, elabora vielas de nada a dizer. De forma que é preciso mais que sorte para o poema, o doce e bom poema, nascer. Trazendo flores inéditas em pétalas de palavras novinhas, exalando perfume igualmente novo, que espalhe um pouco de paz. É preciso que você não saia sem dizer palavra: que não escreva dizendo adeus, que não olhe sem dividir seu olhar, É preciso que fique, que fique, que fique. De outra maneira, a sorte não adianta... Não tecerá nenhum verso que preste, nem para ser lançado à lama... Não vai adiantar compor poemas, se sua presença- que anima - a poesia partir (de fato) para longe e nunca mais.

Podem me chamar de passadista. Nostálgica e o mais. Gosto de ouvir o Renato.

Podem me chamar de passadista. Nostálgica e o mais. Gosto de ouvir o Renato. Outro dia me disseram assim: ele era um hipócrita! Falava e não fazia o que falava. Não respondi nada. Em silêncio segui ouvindo o mar (estava na praia). E o mar me lembrou outra bela canção, com o tema de despedida (Vento no litoral) deste poeta brasiliense, que me fez companhia na adolescência. Hoje, ao abrir a caixa de e-mails, um amigo havia me enviado a canção  Quando O Sol Bater Na Janela Do Teu Quarto, num clipe antigo, onde, ao final, o Renato balançava os braços, o corpo e teatralizava com as mãos (naquele jeito característico de dançar). No texto de remeto, meu amigo dizia assim: haverá outro compositor igual? Olha meu amigo querido, queria lhe dizer que sim, que haverá. Mas já procurei tanto... Deve haver, não sei... E deve ser que esse russianismo da gente, seja apenas coisa nossa. Talvez seja mesmo alguma coisa entre nostálgica e pueril. Entre ridícula e improfícua, num mundo que parece descam

Três versinhos para celebrar um fim

Fique tranquilo: feito um doido vou dominar esse malogro. Não fique triste: feito bandido vou dar um tiro nesse destino. E não duvide: igual criança, esperarei  por outra dança.

Amor sem rota

Feito menino sem destino. Está assim o meu amor. Todo sem jeito, sem motivo... Está assim a me olhar. Chegou cansado, sem palavra, sentou quieto e me acenou. Feito menino sem destino, falando a esmo para o ar. Não tive nada o que fazer, também sentei a lhe olhar. Toda sem jeito e sem alento, também fiquei a repensar...

Ai d'eu... ano velho (Inseguranças ao pé do leito de morte do Ano Velho)

Digo adeus, disse adeus, mas não alegre. Assim de modo quase infeliz... Quase ficando. Disse adeus, mas não sem medo.