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Mostrando postagens de setembro, 2011

De volta para casa

Devagar é que se anda e devagar se vai longe... Mas só para quem não tem pressa. Para quem tem, nada interessa: nem a paisagem urbana, nem a lua (linda) brilhante. Nem as gentes...

NÃO SABEMOS DE AMAR

Não sabemos de amar, nem de amor, nem de dar, nem de dor. Nem de ser, nem de ter, nem de estar. Não sabemos... Sabemos pouco. Muito pouco, de nós. Saber mesmo, Do que sabemos? Nada, quase. Tudo são interpretações... Outra coisa, outra via, outra definição. Não sabemos Se amamos, Ou se desejamos. Ficar? Partir? Amamos? Partilhamos? Sabemos?...

Luto pela Educação

  Foi quando ele, um menino de 10 anos, atirou em sua professora e depois se matou. Não. Isso não é frase de um conto policial medonho. Isso aconteceu ontem, em São Paulo. Mas poderia ter acontecido aqui na Bahia, no Rio Grande do Sul ou na China. Poderia. Porque o que se revela diariamente é uma humanidade desnorteada. Infelizmente, cada vez mais cedo isso ocorre: o desnorteio do ser. Deparamo-nos com uma situação limite! E onde está a porta de saída? Para onde fugir? Talvez não haja saída, porque parece, o caos se instalou,  e isso pode ter ocorrido, justamente para que se apurem culpados e inocentes e, definitivamente se faça a separação do que tem e do que não tem crédito. A Educação está de luto. Não somente em tal área a desordem impera, o que se tem apresentado no país (no Planeta) é um misto de degradação de tudo o que os humanos pensaram um dia estarem a construir. São muitos problemas, po

Recado

Cecília mora num castelo alto, bem alto. Ainda escreve, e ainda ama o mar. É Padroeira das Poetisas Infantes. E Fada Madrinha dos que ainda acreditam na infância. Cecília ainda se veste com vestidos, mas estes, são de tecidos indizíveis... E ri assim de leve, feito antes. Feito sempre. Contou-me que adora a Serenata que ouve Na Praça Fundamental. Ainda gosta muito de vitrais, torce demais pela Educação, mas disse que é preciso mais AÇÃO e menos "artigos"... Ela pediu que trouxesse um pacote para entregar a um moço muito nobre chamado Odilon Pinto Mesquita . Falou que era para seguir a Receita, que logo, logo, assim que sua saúde pronto-estabeleça, quer ler aqueles Contos do Jornal . Que ela leu uns três, e que adorou! Depois me deu um longo e doce abraço e me acordou. Para Odilon Pinto! Fique bom!

Forbela Espanca hoje em dia...

Florbela Espanca , eu vi, agora é feliz. Mora numa casa amarela, e é atriz. Casou-se com um poeta nordestino e dança muito nos bailes da terceira idade. Está com setenta e sete anos... Florbela Espanca teve dois filhos (gêmeos). A menina é bailarina, O menino é designer. São, os dois, muito famosos, mas Florbela , que é mãe, só quer saber se os dois, Vão pra cama muito tarde... Florbela Espanca, eu vi, escreve agora, apenas cartas aos parentes que moram em Pasárgada ... Solineide Maria

BILHETE PARA RAFAELA

Rafaela, faça o favor de mandar dizer que está bem. Que está viva, e que ainda acredita na possibilidade de alegria. Mande um raiozinho de ânimo para mim... Rafaela, que São Rafael é o Anjo responsável pelas Curas. Você, em sendo sua persona feminina, deve ser a Anja . Então me cura de minhas insitentes vãs procuras... De Solineide Maria para Rafaela (amiga que mora em Salvador e sumiu...)

VAZIO-VAZIÍSSIMO...

Estou vazia... feito um vaso de perfume que fica na mesinha, de cabeceira. olhando para o passado... Belos banhos de aroma dava em sua dona... Agora, espera quieto, a hora de ir pra lixeira. Solineide Maria de Oliveira

Intensidades da dor

Nunca uma dor doi pouco. Ela simplesmente doi. Incomoda igual Uma dor de dente E uma dor de parto. Não dá para ser feliz, Não dá para ser inteiro. Assim também são  as dores emocionais: Uma dor de amor, De quase-amor, De findo-amor, De saudade, De rupturas de amizade, De perdas de filhos e pais E mães... Todas as dores doem. E pronto.

NAQUELE TEMPO

Naquele tempo, quando tu não existias em mim, minha calma era paciente. Havia cor para separar as claridades. Naquele tempo, quando eu não sabia de tuas maravilhas, meu andar percorria por onde eu ordenava. Encontrava tranquilidade em tudo (quase) que diziam serem coisas de sossegar. Naquele tempo, quando nunca antes havia degustado do teu abraço, do teu beijo e do teu peso, conseguia me concentrar. Naquele tempo, quando tu não existias em mim. 02/08/1986 PARA O LIVRO DIÁRIO DE UMA VIRGEM LOUCA

11 de Setembro

Quatro aviões. Duas torres. Um campo (sem flores) Virou notícia. Entrou pra história. Ninguém jamais esquecerá. Mais de 2.996 pessoas foram mortas... A queda da humanidade é a eterna negação do AMOR. As contas ficam enlouquecidas, e ninguém paga, depois... E todo o mundo paga depois...
Não tem nada de novo, e de novo o dia começa. E nada diz novidade. A vida, mesmo assim, é promessa. Aplaco a descrença (tento). Acendo o fogo e ponho água, café... Talvez o novo café me anime. Qual nada. Os pós atuais são ruins. Dia a gente acerta e o café fica ótimo. Dia a gente erra e o café... Que horas são? Não tem nada de novo. Acho que vou cortar as unhas, ler alguma poeisa... Preciso rezar...

Blecaute íntimo (mas não ínfimo)

A chama apagou-se... E a voz não acendeu nada de novo. Não há mais nada para dizer, Mas o silêncio é som... E, dizem, palavra. A única saída é ficar. Encontrar uma razão para não desistir, Seguir, Porque “para frente é que se anda”. O jornal anuncia todas as coisas de ontem, E hoje, parece, não quer passar. Um frio imenso em pleno dia, Uma tristeza invade o pensamento Além de tantas que se acumulam, no íntimo. Dúvidas de soslaio entram pela porta de mim. O que será que diria Drummond? Onde será que existe o “sono limpo”? Longe feito uma folha perdida, Dessas de caderno, que voam amassadas Carregadas pelo vento... Essa é a sensação agora, Agora que o repórter anunciou  Velhas novidades. Agora que perdi o elo com O Alto , Agora que o galo cantou três vezes... Solineide Maria Para O Livro das Novas Velhas Poesias Infantes

DESENHANDO CASAS

Agora são escassas as chances. Onde encontrar a linha de partida E de chegada? Elas se misturam. “Temos o todo o tempo do mundo”, Não é verdade Renato? Onde penduro esse lustre? Não sei... Quem sabe em mim? Quem sabe me ilumine uma ideia E eu sorria amanhã. Arrumar a casa é abrir os poros, A vida fica cheia de respostas... Ela pergunta se ainda gosto das mesmas músicas Depois de tanto tempo, e sorri. Deixe de bobagem menina. Minha filha tem catorze anos E desenha casas e casas... Ela quer um espaço, feito todo mundo... E eu ainda não o tenho para lhe dar. Agora são poucas as chances... Será? Mamãe, vem ver, desenhei outra casa para nós! Vou olhar já. 10:31h (15:31h) Para minha filha FLORA MARIA