Máquinas não sonham nem comem
A máquina veio e revirou a terra onde a mamã concebeu uma bela plantação para o sustento de sua família. A máquina revirou tudo e foi-se embora... Não fez nada além disso, não era para limpar a terra, não era para arranjar o esgoto da escola há mais de dois anos a céu aberto. Não foi para nada. Apenas revirou e destruiu a lavoura da mamã. Hoje ela chegou e viu sua plantação revirada, sem força e sem o verde habitual da hora da colheita. Ficou por trinta minutos ali parada, talvez mais, já que por respeito não fiquei para ver seu choro. Ficou ali parada, sem pensar ou pior, talvez pensando: "E agora? O que vou colher de agora em diante?" Com a enxada em punho, ajeitou um pé de mamão atropelado pela máquina e catou os frutos ainda verdes, talvez sirva para um cortadinho... Ela ajeitou também uma das touceiras de pé de Capim Santo (aqui chamam de Caxinde) e quedou-se a olhar ao redor com a enxada a contrabalançar o corpo. Fui ter com os meus papeis, também sem ter o que c