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Mostrando postagens de dezembro, 2010

Todos os dias agora acordo com alegria e pena

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IV Todos os dias agora acordo com alegria e pena. Antes acordar era abrir os olhos (apenas) sair da cama. Levantar e sair da cama não é acordar: descobri. Descobri isso, porque hoje eu amo. Ter alegria e pena me acrescenta, Sou maior hoje que tenho alegria e pena. E posso estar na realidade onde está o que sonho. E o que sonho pode ser minha realidade Sem que isso fira meu sonho. Ainda não sei o que serei sendo eu mesma, Mas quando ele me diz alguma coisa, Eu acordo e me reencontro (acordo). Quem ama (de fato) não é mais a mesma pessoa, É completa, mesmo solitária. E mais completa, se acompanhada. (Trata-se de uma releitura minha, do Livro de Fernando Pessoa: O Pastor Amoroso).

Tire a poeira da palavra amor!

Tirar a poeira da palavra amor, Clarice Lispector nos asseverou. Mas como? É só assim? Tirar a poeira e se aprumar para amar? Lógico que não! Por isso, há que se tirar todo santo (ou nem tão santo) dia. Ir tirando até o fim , que segundo meu professor de tudo (Clinio Jorge) não existe. Tirar a poeira da palavra amor ação, é desembainhar a vontade de se melhorar, de se ampliar: de amar, de fato. É abrir espaço para o AMOR e não para esse amor , esse amor ... qual mesmo? É sangrar fazendo o exercício do amor, do amar na cadência das vinte e quatro horias do dia. Não é fácil, mas Rilke , brilhante ser humano e poeta (e vice-versa) disse, que por isso mesmo, o ato de amar já é Divino, porque não é (mesmo) fácil. Tenho tentando tirar a poeira da palavra amor, às vezes dá certo (penso). Algumas vezes, falho. Mas não porque sou humana falho porque é natural falhar, sendo deus pequeno, Deus grande ou um Zeus qualquer... Agora o que não se pode é desistir de tal aventura de ação (ação de AGIR)

PROFECIA DESPEJADA

Deixa eu dizer... Os favelados aos montes estão por aí, entrando nos lugares mais recônditos. Por aí também, a indiferença ampara os descontentes. Nenhuma novidade. Mas ao fundo existe uma mensagem, e se lermos com carinho, quase explícita. Deixa eu dizer: a vida organiza a virada aos poucos, mas aos montes, as mudanças invadem os lugares e sobretudo as pessoas. Dos moradores de casa de papelão, pode vir a solução. Dos que comem restos (sobras) virá a comoção do Amor Divino, espalhará luz cintilante. Avante. Dos ombros dos que carregam além de pedras, sonhos: desses ombros haverá de aparecer asas, na força de um novo homem "numa velocidade estonteante". Deixa estar. Plantai vida nas crianças, são os homens a seguir. E saiba: a angústia pode comer as horas vazias daqueles que sujam o dinheiro. Deixa eu dizer: dos que saem às 3 da matina, vai aparecer o homem que mudará... Então a límpida mudança há de reinar e o sol do AMOR há de rai

Duvidazinha

O dia trouxe umas lembranças e acordaram alguns questionamentos. Talvez, por causa do vento. Ele disse umas palavras confusas sobre frio e secura. O frio me recordou a sua ausência (falta). Um não sem palavras. Esse tipo de negação é muito duro. Dói feito açoite. Corta, mas na alma. A janela um pouco aberta escancarou, de súbito, com a força de uma rajada. O vento quis trazer minha sanidade? Por isso, acordou meu pensamento Teria sido isso? O dia trouxe umas lembranças que acordaram, em mim, alguns questionamentos.

A Máquina

O filme de 2006, chamado A Máquina, (Estúdio Buena Vista,) trata-se de um excelente romance de Adriana Falcão, que abriu um oceano de possibilidades em minha cabeça. Poderia escrever um estudo, uma análise sobre a questão do amor, do tempo, da razão e da loucura... O filme foi um brilhante que luziu na velha TV e DVD também antigo. O que nos importou (e importa) é a mensagem, e, nesse caso, a mensagem são as mensagens. As interpretações luxuosas de Paulo Autran, Wagner Moura e Lázaro Ramos (os dois ainda desconhecidos na época), mais Gustavo Falcão que faz Antônio o protagonista da trama, que tenta levar o Mundo para Mariana Ximenes , que faz Karina, uma moça com intenção de partir de Nordestina , para ir encontrar o Mundo. Afinal, Nordestina (cidade fictícia – no fim do mundo) não tinha nada para oferecer aos seus habitantes. Há "um mundo de nordestinos" que estão no filme, inclusive O svaldinho Mil  de Itabuna) que faz o pai de Karina. Aliás, que Osvaldinho Mil el
PESSOAL: Férias enfim! Daí que estou lendo o que não é obrigatório. rs Leitura por prazer, dessas que a gente lê e sai e volta. Não temos que entregar resumos, nem fichamentos, nem escrever artigo, nem resenhar. Ai, ai... que delícia! Estou botando em dia a leitura de livros enfileirados na mesinha de madeira gasta. Tadinhos... estavam, já, empoeirados, mas calma meninos e meninas, estou aqui e tenho olhos (de ler) para todos vocês. Comecei olhando cada um, a carinha de Carlos Drummond assim, cabisbaixo. De cabisbaixo ele não tinha nada, uma figura dessas que andava como quem flutua no universo de muitas produções maravilhosas. Tem um cara que tenho mais medo: Pessoa. Fico trêmula sabe. É que esta criatura me deixa em fiasco total, pois sua leitura me acende umas questões que não me deixam descansar à noite. Drummond me faz isso também, mas parece que Drummond não me cobra as respostas assim, na lata . Pessoa fica me olhando na sala, na cozinha, na hora do banho. Como quem diz: e aí mo

D'O Livro da pessoa que Desassossegou (de Solineide Maria)

Sou um poeta sozinho que não sabe escrever. Vivo apenas. Ou nem isto. Sou um cidadão qualquer, Ouço vozes, silencio... Sou isto? Ou nem isto sou? O que tenho aprendido? Tantas vezes me detive num estudo muy frágil: Procurar em mim, eu mesmo. Não consegui. Não consigo responder. E essas cartas... Tolo, idiota, homem comum! Já quis ser companheiro, não consegui. Lutei com alguns sobre questões. Mas palavras não resistem Contra a verdade cotidiana, Pouca e pequena. É preciso comprar pão, carne, leite, Pagar o aluguel, o café e a puta. É preciso ter mãos para o trabalho. Escrever poesia? Ora! Vá trabalhar! É preciso se apaixonar e mentir, E dizer coisas banais. Ninguém entende os que não amam comumente. É preciso dançar a dança comum. É preciso escrever o que os outros possam entender... É preciso, sobretudo, se fazer entender feito todos esses outros. Sou um poeta cansado. Acordo, levanto, desjejum. À tarde. À tarde. Atado. Um ataúde a tarde em mim. A Noite sim, me consola. Bela, educada,

Interesses

Não analisar. Não julgar. Não desperdiçar palavras. Não cometer o crime de des-amar quem quer que seja. Não arriscar de menos. Nem de mais. Não ser a moça que tapa o vazio de uma noite sombria. Não decepcionar minha poesia. Conhecer e reconhecer amigos. Amar e ser amada. Aprender a amar amando. Aceitar os que não gostam de mim Ou de minha poesia. Ser feliz.

Do Diário de uma Virgem Louca

Em verdade, em verdade te digo que sei que o meu som não causa nada em teu olhar. Que é difícil, por dentro, nos unirmos. Bem, assim, por fora. Em verdade, em verdade te digo que não aprendi ainda a me conformar com pouco. Por isso, tanto evoco por ti. São palavras sem som, eu sei. Mas o que é palavra? E o que é som? Em verdade, em verdade estou repleta de sins. Preciso aprender a ficar plena de nãos. Em verdade, em verdade, não é pecado ser tentada, mas é preciso erigir barreiras. 01/08/2020 Solineide Maria (livro em apreciação por editora)