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Mostrando postagens de janeiro, 2011
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Oração por um desejo carnal Meu Deus, Desejo um homem que não fale palavras ordinárias. Um homem que tenha olhos que vejam mais, além do físico. Um que goste de poesias tridimensionais, transmusicais, transcomunicadoras. E que tenha a pele morena e que não se ressinta com bobagens que eu fale assim, do nada. É por causa da Poesia... Um homem a quem eu possa ofertar minha paz, D O Livro de Orações da Mulher - De Solineide Maria no prelo!

A ANGÚSTIA

A angústia escreve poesias tristes e tem uma luva de veludo cinza-escuro. Sabe nossos endereços, a angústia... Ela os guarda numa agenda cor violeta. A angústia não gosta de música alegre, mas não gosta de música triste: gosta de música bonita. Às vezes, ela escuta os clássicos. Ela não sorri de nada, é triste de dar dó... Ela chega nas horas mais bacanas e estica as pernas no sofá da gente. Ela acende um cigarro (ela fuma) faz de conta que é sábia, e mente baixinho: vim te fazer companhia .

RILKE

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Rilke olhava e via. Poetisava o mundo e as coisas extraterrestres. Rilke não era poeta, era um bruxo que escrevia poesias... Rilke sabia e olhava cisudo sério, sereno. Rilke morava em castelos, e escrevia além muralhas, muros... As almas muradas até hoje se desmuram, com a escrita de Rilke.

Despoetisaram a lua. Sabia?

Vejo a lua já há muitos anos, parece a sempre boa e velha companheira. Vejo-a da minha janela, e daqui da praia ela cobre a rua inteira. A boa e calada voz de prata nua. A solitária e perfeita fala dos amantes. Despoetisaram a lua. Sabia? Mataram São Jorge, desmentiram seu dragão... No entanto, ainda vejo o dragão temendo a morte, na espada de Jorge. Ainda creio nos amores que se banham numa noite de luar. Pode ser pieguice, tonteria. Mas a Poesia e a lua (para mim) sempre terão seu lugar.

Difícil ouvir seus olhos tão vazados...

Guardo a lembrança do dia No cabide, dentro do armário. Faço minha prece noturna e abraço Minha alma quase murcha. Tenho sonhos ruins. Abro e fecho janelas, Fecho e abro... Fecho e abro... No início do sonho a música recita: Ai, daquele que ama uma visita... Pensei: vou escrever sobre isso Quando acordar. Acordei. Escrevi o verso e li. Reli. Reli... Não escrevi nada que sirva. No fundo somos todos visitantes Uns dos outros. Uns desejam ficar e isso é que difere Amor, de Paixão. Li e reli: Desilusão por vir?... Antes de entregar meus dentes à escova, Tentei um sorriso: Não consegui... Tomei o mesmo café preto e saí. Senti a solidão perto de mim. Fechei os pulsos e mantive firme A fé na esperança do Amor. Difícil ouvir seus olhos tão vazados. Difícil ouvir palavras desconexas. Vontade de dizer adeus às pressas? Vontade de se ver livre de mim? No sonho o abrir e fechar janelas O que queria dizer para mim? Será mensagem que deva ser Desvendada? Será que o outro sonho, o que não quis, Porqu

Para que serve a Poesia?

Ontem de noite um menino me chamou e perguntou para que serve a Poesia. Não respondi, não soube nem me colocar, mas entendi que se tratava de uma chamada. Ele, moreno, pequeno ainda, mas não no olhar, fitou-me assim, direto e fixo na minha cara. Eu, meio tonta, disse que iria lhe procurar para tentar lhe responder tal ousadia. Fiquei vexada e caminhei pra minha casa, que, na verdade, não é bem minha... Fiquei tristonha porque não pude dialogar, porque a pergunta instaurou gelo no meu pensar. Para que serve a Poesia? Olha menino, talvez não saiba nem falar sobre Poesia. Sou tão infante quanto sua pele... Sou tão inofensiva quanto sua alegria. Mas lá no fundo a Poesia me anistia, libera em mim coisas tão boas quanto bonitas. Penso que isso seja gesto Divino da Poesia. Em mim a Poesia cria umas asas, que flarpam palavras que me alegram, que dizem palavras que me enlevam. Penso que isso seja mais uma caridade da Poesia. Algumas vezes, ela se esconde, mas é algo que acontece para me proporc

Solicitação de Empréstimo

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Cecília Meireles, empresta-me tuas vestes azuis, de quem entende de mares e de marés. Empresta-me Cecília, aquele vestido lilás que ai, ai, arrebatou corações, que abriu amores em flor me empresta Cecília, por favor. Cecília, me empresta tua veste de professora que em Março estarei em plena sala... Estágio e tudo o mais me aguardam no final das férias e do Curso. Empresta-me Cecília umas palavras, que a Poesia está de férias de mim, que a Poesia está dormindo em mim... Empresta-me Cecília, teu clarim de palavras.

Um poema não basta para agradecer

Ganhei uma coleção de músicas e uma caneta esferográfica azul. Ganhei, depois, uma caneca de café e dois ouvidos: paciência e sinceridade. Fui ganhando, aos poucos, uns consertos no meu computador, coitado, de 1994. Fui ganhando conselhos e broncas, no bom sentido, opiniões maduras e linhas de seguir ( de raciocínio). Num momento como o que passava, nada mais saudável. Fui acolhida por muitas palavras de refletir. Muitas delas usei, guardei algumas para momentos de urgência, emergência. Tão bom saber que é verdade e que é verdade alguém querer meu sucesso, meu alevante. Um poema não basta para agradecer. Não bastaria. Obrigada A mala carrega as roupas e a esperança. As meias e o cachecol. A mala carrega o silêncio dos tecidos dobrados, arrumados. Eles se perguntam o que há de ser? Para onde estamos indo? Deve ser tão difícil ser roupas dentro da mala. Nada saber do destino, nada saber a que horas o vôo pousará. Em que estação vai estar o lugar que não se sabe... Que peça primeiro sairá

PROPOSTAS PARA 2011

Proponho para todos nós neste Ano Novo, a reflexão que não se prolonga demais, porque aí, o tempo da ação se perde. A amizade sincera, sem cobranças, a paz de amar sem cobrar e, sobretudo, a prática da Caridade. Proponho que tenhamos força o suficiente de nos dizermos equivocados, quando estivermos equivocados, e que possamos pedir perdão muitas vezes, todas aquelas que ferirmos. No entanto, que possamos dizer que amamos, com a maior veracidade que o coração consentir. Proponho que possamos abraçar mais vezes do que o fizemos em 2010, mas apenas se tivermos vontade d’alma. E que possamos calar quando a ofensa ferir nosso ego. Aliás, proponho que façamos um exercício de esquecimento do nosso ego, ele, que é causador de muita rebeldia... Proponho que sejamos mais leves do que o que fomos no ano passado, que tenhamos mais braços de abraçar do que de sufocar e que tenhamos bocas mais para beijar e sorrir do que para a maledicência. Poderia propor mais, mas por hora está bom. E que sejamos