Difícil ouvir seus olhos tão vazados...

Guardo a lembrança do dia
No cabide, dentro do armário.
Faço minha prece noturna e abraço
Minha alma quase murcha.

Tenho sonhos ruins.
Abro e fecho janelas,
Fecho e abro...
Fecho e abro...

No início do sonho a música recita:
Ai, daquele que ama uma visita...
Pensei: vou escrever sobre isso
Quando acordar.

Acordei.
Escrevi o verso e li.
Reli.
Reli... Não escrevi nada que sirva.

No fundo somos todos visitantes
Uns dos outros.
Uns desejam ficar e isso é que difere
Amor, de Paixão.

Li e reli: Desilusão por vir?...
Antes de entregar meus dentes à escova,
Tentei um sorriso:
Não consegui...

Tomei o mesmo café preto e saí.
Senti a solidão perto de mim.
Fechei os pulsos e mantive firme
A fé na esperança do Amor.

Difícil ouvir seus olhos tão vazados.
Difícil ouvir palavras desconexas.
Vontade de dizer adeus às pressas?
Vontade de se ver livre de mim?

No sonho o abrir e fechar janelas
O que queria dizer para mim?
Será mensagem que deva ser
Desvendada?

Será que o outro sonho,
o que não quis,
Porque acordei agitada e confusa,
Traria a resposta do que vi?

Janelas abertas, fechadas...
Abertas, fechadas...

O amor tece essas confusões na gente.
Sobretudo nos que se dizem demais...
Deveria existir assim um Mapa, que indicasse
A direção nos casos do Amor.

É tão difícil ficar assim tão triste,
Quando o que sinto deveria sempre
Estar alegre e abrir janelas
Abrir, abrir, abrir mil janelas e sorrir...

Solineide Maria
17/01/2011

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