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Mostrando postagens de abril, 2011

Palavras e origens: Zica... posso tirar!

Palavras e origens: Zica... posso tirar!

Gente não é gente... (PARA MINHA MÃE)

Não tem sentido este mundo Tudo o que há são interpretações Do que seria um Sentido qualquer. Estes sentidos todos Reunidos, Não daria um sentido Interessante. É tudo tão mesquinho, Tão poucamente instruído Para algo maior Menos panorâmicas. Dona Bizé tava certa: Gente não é gente comadre! Esbravejada na mesa Tomando café. Eu, ainda pequena, Achava aquilo uma tonteira. Velha mais besta (pensava) Essa dona Bizé.   Fui crescendo e a visita De Dona Bizé sumiu. Morreu, acho. Não sei dia, nem ano. Minha mãe ficou repetindo A sandice de Dona Bizé De vez em quando: Fia, Gente não é gente ... Que bobajada meu Deus Agora é minha mãe. Vive repetindo essa Tonteira, daquela velha abestada. A família já não era mais Aquele monte de criança no terreiro, Eu crescendo Todos se afastando... Gente é assim, Afasta-se uns dos outros Quando cresce... Desleixa de amar, eu acho... Minha irmã mais querida Morreu afogada na cisterna. Comecei a sentir Dores de gente grande. Comecei a entender Que às

“Cinco da tarde”

Boa hora para sonhar.

PARA ABRAÇAR MINHA SAUDADE...

Solineide foi uma alegria em minha carreira e em minha vida. Sua presença suave, doce, curiosa e corajosa inspirou muitos momentos difíceis para mim. Desde a primeira Teoria, sua presença foi poética: essa moça linda, pequenininha por fora e imensa por dentro, sabe escrever como poucos. E tem um mundo afetivo tão intenso, que às vezes ele se derrama em palavras. E que palavras! Sol sabe brincar com elas de verdade. Sol é toda ela poesia. É o mar que leva lembranças, é a luz da manhã, a sombra da noite... Não sou poeta, não sei traduzir Solineide e sua poesia em palavras. Mas sei dizer que essa "Mocinha" torna o mundo melhor quando escreve! Feliz eu sou por conhecê-la e por ler seus poemas! Patrícia Kátia da Costa Pina Professora Titular de Literatura Brasileira, UNEB, Campus XX, Brumado

A enxurrada de gente escoa para o metrô

A enxurrada de gente escoa para o metrô. Cada pessoa uma gotícula carregando seus sacos de medo, de angústia, indecisão e esperança. Mas esperança é bicho frágil... A enxurrada de esperança escoa para o metrô, desce os degraus, entra nas frestas que as levam para lugares diferentes. Cada gota vai prum canto. Assim sozinhas, dispersadas, perdem o encantamento e a força. Cada gotícula separada, não diferencia nada, tornam-se coisas egoístas, pensam apenas em regar suas plantações de sonhos, querem um rio inteirinho para si, não olham a gota de esperança vizinha: desidratando. Gotinhas separadas não sopesam, não compartilham. No entanto, reflitamos: juntas, elas compartilham? Naquela embarcação moderna, elas compartilham? Compartilham as frestas, ou estão ali porque estão, e pronto? Sabem de seus medos e angústias e alegrias e esperanças. Sabem dessa carga individual, sacola de medos e do mais? Perde a graça aquela enxurrada, quando escoam para lugares ímpares. Então, a inutilidade da m

AULA SOBRE O ROMANTISMO (1836 - 2011)

Tenho que dar uma aula sobre Romantismo. E o mundo virando de ponta a cabeça... O romantismo pequeno, vigiando o próximo louco. O próximo louco – pode estar bem próximo... O Romantismo (da aula) me olhando e se rindo. Fale as datas, sobre Byron, Depois deixa a voz bem calma: Segue indo . O coração em dúvida sobre se resume ou não. O Romantismo é imenso! O meu romantismo – além de baixinho é fanho. O Romantismo tem o charme do início de século 19. Meu romantismo se esgueira, Para sobreviver ao caos da contemporaneidade. Saudade. O Romantismo inventivo, sensível, criativo! O Romantismo era o próprio amor romântico. Esse – que trago - resgatando, Reinventando fórmulas Para sentir o amor romântico. Tenho que dar uma aula sobre Romantismo. E o mundo tão anti-romântico... O Romantismo se rindo me olha e diz: Esquece o mundo atual e estuda menina ! A AULA FOI HOJE. E não fui tão bem assim...

Falem de outra coisa - POR FAVOR!

Falem de outra coisa POR FAVOR! Não quero mais, não queremos! Guardem seus vídeos, porcarias do terror! Não queremos ter acesso  a vídeos, nem cartas, nem nada mais que fale do horror! Emanem outra energia POR FAVOR!

BETE - PARTE NÃO SEI MAIS QUAL...

Sabe como é. As coisas esfriam. Tudo esfria... Bete disfarçava, mas estava triste - n amoro é isso mesmo Bete (dizia Lígia). Bete não ouvia mais nada. Estava sem nada pra falar, sem nada pra pensar, só pensava nele - na frieza dele. O café estava bom, mas a alma estava fria, feito quando a gente não quer ver e nem ouvir. Contou sobre seu medo de dar as aulas que preparou, e Lígia, sorrindo lhe disse: "conta outra Bete". "Você está pronta até para lecionar na universidade".  Bete sabia que não estava pronta. Sabia que nunca estaria pronta, mas na verdade, ensinar exige "incompletude". Paulo Freire disse que seremos sempre seres incompletos, ou teria sido Sartre. Nietzsche?! Ah! Sei lá... O café acabou rápido demais e a fé de Bete estava morna, feito quando a gente esquece a água na bacia. Lígia sorriu de um menino gay que passou reclamando do namorado, e disse para Bete: "viu, não é só você Bete, que sente as coisas esfriarem". Bete não

APOCALIPSE DO AMOR

Queria escrever tanta coisa. Um poema, uma canção (talvez de afeto), Mas a situação está difícil, Tanta doidice humana, meu amor... É quase sobre-humano, É sub-humano, É infra-humano... Não há como descrever. A escola inteira morreu Em treze vidas... É tanta coisa, E nada pra dizer. São tempos difíceis. “É o Apocalipse” – minha mãe desabafou... É. Concordo... É o Apocalipse do Amor.

Um dia brincarei com você

Um dia brincarei com você de três marias, cabra-cega, pega-pega... Na casa onde morarmos. No futuro, seremos mãe e filha. Para sempre: o futuro nos reserva. Agora não. Estou triste a beça... Não entendi sua pressa. Não entendo. No futuro, desejo ser água, sol, pastagens... Esses elementos que não choram. Essses elementos que não se despedem... Agora não... estou triste a beça. Olhando pra você que não chegou. Que mal veio e foi embora... Agora não... Mas amarei pra sempre nossa história, e no futuro, quando nos reencontrarmos, quero brincar demais de esconde-esconde; só para lhe encontrar a todo instante. Para Carol ... Um enorme abraço - que possa atenuar (um pouco) sua tristeza... Com amor! Sol

PARA AGILDO

Nosso plano (aqui neste planeta) é viver, ser feliz... No entanto, nem sempre acontece do modo que se desenha na matriz. Quando estamos pequenos é que é bom... Mãe por perto, ensinando a diretriz. Acolhendo e amparando na tristeza, abraçando e curando a cicatriz... Mas crescemos e vamos entortando o caminho da gente (às vezes não). Mas crescemos e pouco a pouco vamos ao encontro da Dona sem coração. Todos vamos um dia... Muito embora, deixamos no peito de alguém, saudade dolorosa. É sempre assim. Então não se sabe se foi hora, se atravessamos a tão dolorida hora, ou se fora de hora ninguém vai. Quando somos pequenos é que é bom...