O POETA JESUS

Ele me olhou com olhos de amor,
abraçando minhas mãos titubeantes.
Fez um sinal que queria entrar,
em minha casa
simples,
desordenada,
pequena.
Ofereci um copo d'água,
vinha suado,
o sol estava de "rachar".
Ele sorriu...
Talvez pensando assim:
"que pretensão"...
Fiquei vexada, afinal,
o que dizer,
o que, para Ele, poderia ofertar?
Depois de um breve silêncio
Ele me olhou, e perguntou
com voz de algodão:
- Soli, qual é seu medo?
Por que demoras tanto em sua decisão?
Carregue-se de suas obrigações, 
segue minha filha,
não olhes para trás.
Gente... Morri eu acho.
Melhor, desencarnei.
Quando acordei senti uma alegria,
que somente os menestréis explicam.
Havia sonhado com O POETA JESUS.


Dedico à Virgínia Araújo - irmã que reencontrei no CECC.
Solineide Maria de Oliveira

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