O ESPAÇO DE MIM
Nem
tudo é como a gente quer, mas esse cantinho me apetece. Abraça minhas
pequenezas e amplidões. Sabe como sou e como me sinto, sempre.
Às vezes está aberto, mas às vezes fica fechado. Não por
zanga, por cuidado. Esse lugar gosta de mim.
Tem asas de papel. Elas me fazem voar pelas estrelas mais
distantes. Às vezes me fazem ficar e entender coisas, para depois explicar. São
asas incríveis, que desfilam sabedoria e glória. Desfilam também, inglórias, em
geral, causadas pelos humanos.
Tenho minhas asas prediletas. Aquelas que, volta e meia,
revisito. No entanto, vivo usando asas novinhas, que se mostram em
vitrines com cheiro de aventura, ação, suspense. Enfim...
Nesse lugar a janela me abre um sorriso branco e azul. Às vezes
verde. Estou falando do mar. Que presente da natureza. E nem mereço, sou da
raça que mais aniquila tais beldades naturais... Mas me abasteço, nesse lugar de energia salutar, quando a vida bate de frente na minha cara.
Um breve ventilador me refresca a esperança de pele fresca. Às
vezes não dá muito certo, mas a janela ajuda e aí tudo certo.
As paredes desse lugar são claras e conversam entre si. Riem
de mim demais, quando estou às voltas com problemas emocionais.
É meu cenário. Minha
camarinha. Meu escritório. Minha praça da cidade. Meu quintal. Minha sala de
estar, muitas vezes. Meu palco.
Meu útero exterior.
De Solineide Maria
Para o editor do blog http://blog.educacional.com.br/videverso/2011/03/18/narracao-o-espaco-construcao/
Que lindo, Sol! Seu olhar como sempre deixa tudo bonito! Te amo! Bjo!
ResponderExcluirGostei...Bela espressão de uma simples foto!
ResponderExcluirOlhar de Poeta!...♥