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Mostrando postagens de junho, 2013

UM GOL

O que é um gol? Bola na rede e um ponto a mais no placar?  Não. Não é só isso...  Daqui do quarto sinto que não é, apenas, invadir a rede do adversário com um objeto redondo, de couro: uma bola.  Daqui do quarto limpinho (faxinei com minha filha) sinto que um gol é um disparo na tristeza, com uma bala de borracha? Que seja... Mas é interessante notar que há uma força, que há uma... Energia? Sim. Parece que pega na alma até de quem não gosta de futebol. Parece um beliscão na indiferença de quem prefere ler, estudar, dormir...  O que é um gol? E o que é mesmo Futebol?  Lembrei-me de meu pai e sua silenciosa torcida anos a fio: radinho de pilha e olhos fixos na TV...  Nunca entendi como é que se fica tanto tempo, sentado, sofrendo a expectativa de um gol que parece nunca chegar.  No entanto, dá para entender o grito, o riso, o susto-gozo pelo gol que chega e, afinal, faz balançar a rede, a torcida, a rua em gritaria insana, a sala e o quarto... O quarto de onde escrevo

Desabrigo urbano...

Meu Deus! Se aterrarem os fios telegráficos, o que será das andorinhas?! Coitadinhas... (Solineide Maria)

DESEJO

Quero nascer num dia de São João... Para ser alegre feito fogueira; para ser triste feito fogueira; para ser bonita feito fogueira... Para ser feia feito as cinzas... Solineide Maria

CONFISSÃO

Eu quero dormir até poder alcançar ser arauto, mas um, que também a mim apregoe sobre Deus.  Mas um Deus que me receba de pés descalços e com uma caneca de café na mão, caneca de porcelana velha, rachada...  Dessas que contam sobre os visitantes, muitos que foram ali. Não quero um deus qualquer.  Quero um Deus que me pergunte de cara: "O que você tem? Ta tão mequetrefe”?! Eu quero...  E não quero ser um arauto qualquer; quero ser um arauto firme e quase santo.  Quase, porque tudo o que dizem ser, com muita convicção, sempre desconfio.  E devia ser assim, devíamos todos desconfiar de tudo o que dizem com MUITA CONVICÇÃO...  E devíamos buscar nos livros (na atualidade, busca-se no Google...), mas acima de tudo e de nada, buscar em nós.  Eu queria escrever um poema tranqüilo, cheio de músicas em harpas sonolentas, cheios de tiras brancas de papel balouçando, balouçando, mas estou muito cansada.  (De  Solineide Maria de Oliveira do  Caderno de me dizer - No prelo)

HISTÓRIA DE AMOR ENTRE UMA BORBOLETA E UMA CADELA

Era uma vez, uma borboleta que se apaixonou por uma cadela. Elas se encontraram por acaso, ela entrou pela janela. As duas, ficaram estáticas: uma olhando para a cara da outra... Depois marcaram um café, e foi tudo um barato!!!!! Solineide Maria PARA  Fabrício Halsmann  (o poeta das imagens poéticas)

Eu ainda não amo feito as flores

Eu ainda não amo feito as flores. Não sei repartir, sem cobranças. Não sei me dar, sem ressalvas. Não sei ouvir, sem condições. Eu ainda não. Não sei me dar ao que basta. Anseio, anseio, anseio... E não sei assumir que não sei amar. Todos esses verbos que são válidos na prática; ainda devo, ainda evito, ainda não os pratico. Não saberei... Até que volte o meu olhar marasmo para dentro, e de lá seja içada pelos anjos. Assim, vinda do mais profundo de mim, seguirei sem vacilo, sem supostas amarras. Dourada, anil, clarividente. Feito as flores, amarei e passarei, gentilmente. Solineide Maria 2004

Antes

Antes que amanheça, durma em mim. Faça versos de calar o escuro em mim. Antes. Invente um som. Borde na minha mão o seu amor. Atravesse meu corpo com o seu saborear. Antes. Antes que amanheça, ilumine a minha pele. Trace um rumo novo para os meus pés. Antes. Antes que amanheça não peça que te esqueça. Solineide Maria 2007

UMA ÚLTIMA PALAVRA SOBRE MARCHAS E POSSÍVEIS "MURCHEZAS"...

É claro que não queremos baderna. Mas olha, SINCERAMENTE... Baderna é o que fazem com o dinheiro público. É o que fazem com os que precisam de saúde, educação e o mais...  Aqueles que escrevem sobre a falta de articulação do Movimento que “acordou” os ânimos vencidos de uma população enfastiada de ver dinheiro público em cueca, mala, viagens pessoais dos políticos canalhas...  Não devem passar o desassossego de ser professor (a) e andar a míngua pelas ruas da cidade... De qualquer cidade deste país... Carregando livros e netbook’s que mal podem pagar, mas são obrigados a adquiri-los porque é material de trabalho...  Será que entendem que, de alguma maneira deveríamos expor nosso “coração partido”? É muito texto e pouca mensagem...  Prefiro acreditar que os estudantes estão em alerta. Que os senhores e senhoras que tomaram coragem para sair às ruas, não descansaram novamente (nem descansarão). Foram despertados para o caminho da “luta” por um país que seja melhor, não APENAS no f

Dançando com Parsifal

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Ele chegou com um cachecol marrom e uma camisa branca (linda!) de mangas compridas. Disse com ar debochado:  “Não xona tá?” Depois gargalhou.  Ele estava bem. Abracei-o fortemente e expus que agradecia por ter vindo. Ele disse que precisava parar de ser “frágil”.  Disse que precisava desatar esse nós que teimo em preservar. Entendi...  Leu o restinho do texto que escrevo e sugeriu mudanças (muitas). Aconselhou que eu parasse de me arvorar no mundo acadêmico e gritou: “você é poetisa porrra!” E me cingiu pela cintura dançando “Sou Parsifal”.  Dançamos e dançamos e repetimos a canção. Ele sorrindo e me fazendo rodopiar grandemente. Gargalhávamos feito criança!! Caí e ele riu muito.  Levantou-me devagar pedindo desculpas, eu lhe abracei. Ele disse que eu estava carente. Sorri. “Sempre carente hein menina?...”  Respondi que estava alegre com sua presença. Ele disse que acreditava.  Sentamos para descansar ao som de “1º de julho”. Ele me explicou como escreveu a letra

Dia dos namorados

Desejo namorar a vida e nunca traí-la, por nada. Nem por ninguém. Solineide Maria

Página de diário

Página de diário Quando me canso costumo visitar Clarice... Ela me convida alegremente para sentar e, prontamente, serve um café fresco. Fico durante horas, sentada na varanda de sua casa. Sozinha. Ela sabe que vou até lá para ficar sozinha. Ela sabe que preciso do seu silêncio exato e de ouvir suas passadas mudas pela sala... Hoje estarei lá. Preciso ir ver Clarice e saborear do sigilo de suas palavras. Preciso me abraçar e pedir ao vento de sua varanda que me acompanhe pela semana que se apresenta. Talvez, por ser Domingo, justamente agora (final de tarde) sinta esse gosto de nada... Talvez, por isso haja esse aroma de vida que se esconde... Talvez, por isso, essa luz se esconda em penumbra de fim de tarde assim, tão tragicamente... Preciso de Clarice. Preciso muito de Clarice. Ela sempre me entende e responde tudo o que não pergunto. Ela se adianta às perguntas, sabe exatamente o que penso e o que sinto... Uma vez lhe perguntei se havia se inspirado em mim para construir M

Cartinha de agradecimento (para Irmã Sheilla)

Querida Sheilla, Desculpe pela demora. Mas cheguei. Tenho pouco a oferecer, mas nesse pouco há muito amor. Penso que isso seja ponto positivo.rs Ontem senti tanto sua presença... Cansada fisicamente, mas refeita, pela recepção que sempre me ofereces (mesmo sabendo de minhas "falhas")... Cheguei em casa de meus pais e tomei banho. Lavei o cansaço e estendi no varal da cozinha. Ele pode esperar até amanhã (pensei)... Meu irmão havia coado um café forte e delicioso. Tomei um pouco (alheia aos que os médicos dizem sobre o uso dessa bebida antes de dormir). Minha filha estava em casa. Mesmo chateada com a falta de empenho nos afazeres domésticos, agradeci a Deus por ela ter chegado em casa e estar à salva e com saúde. Rezei uma prece rápida e sonolenta e me deitei. Dormi e vi que há muito o que consertar em minha alma, mas deu para contar que os remendos já nem se mostram mais. Estão tão cingidos que pareço uma roupinha usável...rs Ah... E agradeço por não me deixar des

Perguntas difíceis...

Até que ponto o ser humano voltou?... Antes era vergonhoso assinar o nome com a digital.  Dona  Maria, faxineira da escola primária onde estudei, sempre se apoiava sobremaneira na mesa da Direção, para que não a víssemos assinar  seu nome assim (com o dedo embevecido na espuma para carimbos). Um dia ela decidiu pedir ajuda à professora Djalma e, com tal apoio, tentar aprender assinar seu nome.  Ela conseguiu... Toda feliz alardeava o feito: "já sei assinar meu nome, não preciso melar mais meu dedão". Hoje vi uma matéria infame (mais uma)... Certo deputado viajou para Paris e deixou um colega com a função de assinalar sua senha na Sessão de alguma votação do recinto onde faz parte... Apurou-se depois (para ele, infelizmente) que naquele dia, o "nobre" deputado estava longe em Paris (provavelmente visitando a Torre...). Ficou decidido então, que a nova forma de assinalar a presença naquele ambiente público (Câmara de alguma cidade deste país cheio de

PARA JESUS

Jesus: ajuda-me a entender suas palavras. Mas muito mais, a viver o Seu AMOR. Não me deixe ser a mesma esta semana... Abraça-me na labuta contra mim... Enche de alegria minha alma mesmo quando amiudar a esperança... Vem comigo e me olha de mansinho... Ou então faz que nem mãe com seu filhinho, me acompanha com o olhar até o fim do caminho... Solineide Maria