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Mostrando postagens de outubro, 2010

Depoimento de Clinio Jorge de Souza sobre a autora e seu livro Ali longe no mar

A princípio você me pareceu frágil, tímida e eu esperava de você o que espero de meus alunos, pelo menos no começo dos nossos encontros: algo assim mais ou menos que vai aos pouquinhos criando jeito de texto, tateando, germinando. Porém, você me surpreendeu logo com sua força estranha, de uma forma muito agradável. Passei a ter prazer ao ler seus textos, fosse o que fosse o que lhe pedisse. Hoje sei de suas crônicas, poemas, crônicas poéticas, enfim até daquele seu artigo que escapava, sempre que podia, para a praia poética. Não posso estar aí ao vivo, mas creia, Solineide, estou aí em espírito (ainda que vivo, que fique bem clara a metáfora...). Para lhe dizer da alegria de tê-la conhecido, participado um pouco de sua vida poética, dividindo com você leituras, textos, impressões. Foi muito gratificante ter sido convidado a deixar registrado em seu delicado livro um pouco do que penso de você e da sensibilidade dos seus viceversos. São mesmo vices e versos porque falam de mais de
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Eu e professor Odilon. Segundo semestre de 2008. Obrigada por tudo professor. Solineide Maria

POEMA PARA SARAMAGO, PARA OS QUE SE LEVANTARAM, PARA OS QUE SE LEVANTAM E PARA OS QUE ESTÃO A LEVANTAR-SE.

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Nesses tempos difíceis já vivemos. Pais e mães e filhos e netos e cães. Fomos mendigos da Terra e da terra vencedores. Mataram-nos, sobrevivemos. Fomos carpindo a nós mesmos a terra e as coisas todas. Sofremos. Sobrevivemos. Ainda hoje lutamos contra a miséria da fome, contra a fome da miséria, Contra homens que destroem e contra outros que mentem que querem reconstruir. Ainda hoje, aqui, ali. Em todo canto. Em todo o mundo. Somos os mesmos mudados, melhorados graças ao Cosmos, graças à pedra que é outra, graças ao trabalho morto e vivo de nós mesmos. Somos a Revolução dos Cravos, mas somos a de Chico Mendes. Somos os homens sabidos e idiotizados, estilo de homem que nos fizeram. Mas sabemos. Alguns sofrem e o sabem. Alguns não querem (ainda) saber de nada. Como antes. Mas sabe-se que todo tempo de mudez já não tem cabimento. Sabemos. O levante ainda se faz todo dia, aqui ali Além: no Alentejo. Sabemos que fomos Sara e Domingos, sabemos que fomos todos os que sofreram Salazar e sabemos

TODOS OS POEMAS QUE PUBLICO AQUI, SÃO DE MINHA AUTORIA.

Exceto citações, mas aí, são citações : dou o nome dos autores. É que ontem, uma menina me perguntou assutada: mas são todinhos seus?! Na hora ri, mas percebi que precisava notificar por aqui esse acontecimento. Um abraço a todos. Solineide Maria
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O novo poema não vem, porque a vida anda com pressa demais. Não vem, porque estamos todos falando com nossos ais. O novo poema não quer nascer aqui. Aqui não está acolhedor, sereno, bom. O novo poema quer paz. O novo poema quer o êxtase do encontro, quer o veludo da calma, quer as liras mais tranquilas. Aqui não tem dessas coisas, não vem tendo. Acabou. O mundo não é viável para um poema assim. O novo poema, se viesse, desmaiaria profundo. Não de êxtase, mas de horror! imagem: "O Êxtase de Santa Tereza", Bernini, 1645-52. Escultura - Capela Cornaro, Santa Maria Della Vittoria, Roma.

SAUDADES DA INFÂNCIA

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Por que o mesmo caminho, feito mil vezes ou mais, agora não parece o mesmo? Por que será que acontece? Por que será que acontece, de quando a gente dá de crescer, a rua se torna grande? Por que será que acontece? Por que a casa dos pais, a mesmíssima casa dos pais, não mais volta a ser a mesma Por que será que acontece? Será que no fundo, bem no fundo, é pirraça do destino? Por que será que acontece? É para nos empurrar ao crescimento constante? é mensagem: "Vai e cresce, buscai novos horizontes". Por que meu Deus que cresci? Se com sete, oito anos já sabia que crescendo perderia meu brilhante... NA FOTO, A POETISA CONTAVA COM SEIS ANOS DE IDADE. Publicado também, no Recanto das Letras em 21/10/2010 Código do texto: T2569387

Poema de fim do amor (este poema foi escrito para um Concurso. O tema era Fim do muno ou Amor)

No fim do mundo eu já fui, inalei poeira tóxica, saltei algumas encostas, trouxe o último ar limpo para lhe presentear, chamar sua atenção. Não aconteceu. Você não ligou. Fui nos confins de minh’alma. De lá voltei com uma sacola de pano, plena de tantas coisas... Umas eram brilhantes feito o amor. Outras, nem tanto, mas luziam cores e expressões de anjo, asa, água pura. Coisas quase divinas. Você até gostou, mas esqueceu na soleira: alguém as levou. Peguei um barco para Cidade do Nada. Trouxe de lá, pra você, a intenção originária. Saqueei casas vazias, traí o anjo da morte e trouxe dele um retalho do trapo que é sua capa, a última lâmina usada e um seu qualquer verso triste. Nada disso lhe afetou. O que afeta a você? Afeta-lhe o afeto? Afeta-lhe para o bem ou para o mal? Você prefere que tipo de afeto? No fim do mundo já fui para ver se lhe afetava... No fim do mundo eu já fui, inalei poeira tóxica, saltei algumas encostas, trouxe o último ar limpo p

MEDO

Tenho medo de não conseguir ler, Não conseguir ler...

"O beijo mais constrangedor do mundo"

O homem sai de um buraco, depois de ter ficado mais de 60 dias soterrado. Fora dali, cá em cima, sua amante o aguarda. O homem não sabia... Não sabia que tudo havia sido descoberto, e ele encoberto por terra lá embaixo. A mulher se aproxima sem melindres, e ele, atônito: envergonhado? O homem nem consegue erguer os braços e abraçá-la. Onde está minha esposa (deve ter pensado). As câmeras filmam a tudo. Fotografam, as outras. Essa outra nem aí. Feliz da vida com "seu" homem tatu , da outra. Eles que encontravam-se às escuras, nas tocas-moteis da vida, agora ao vivo para todo o MUNDO ver. Ela deve ter ficado excitada. A esposa, que confusão... A esposa não quis ir recebê-lo. Fez bem, não teve força de saber da traição junto com o mundo inteiro. Ele saiu ou entrou num buraco pior? E agora para sair desse buraco? Que coisa mais vexatória. Acho que ele foi o único dos 33 que queria se enfiar no buraco, novamente...

A ASCENÇÃO DOS 33 CHILENOS SOTERRADOS (Subam meus irmãos)

Venham para a vida viver de novo, amar de novo, de novo temer. Venham ver a vida daqui de cima; amar, apesar de quaquer baixeza humana. Venham acordar por cima da Terra, em cima da cama de suas donzelas. Venham gozar da vida o que há de bom. Tomar café, ouvir o sol. Voltem para cima, que a vida é boa, que a vida é leve, que vocês merecem! Agradeçam a Deus, tudo foi Divino, tudo foi perfeito, foi maravilhoso. Abracem seus filhos, beijem os seus pais, amem suas mulheres, Merecem essa paz. Agradeçam muito aos seus Protetores. Porque na verdade foram cuidadores. É bom ver o homem unir-se assim, por seus semelhantes acima de qualquer baixeza.

POEMA PARA CLARICE LISPECTOR

Clarice me diz de você. Onde é a tua pressa? E a tua, clama? E diz das coisas que escrevias, escreves ainda, nessa terra onde as torres nunca param de crescer? Clarice, se eu tiver outra filha, terá teu nome para alvorecer as ideias. Clara feito uma manhã, toda manhã é bem clara (devia ser). Clarice, vem me atormentar; que assim calma, sou sem sal. E sem açucar. Solineide Maria (poema publicado no Recanto das Letras)

DIA DE ELEIÇÃO (exercitando a cidadania...)

Hoje é dia de votar rarara... Hoje é dia de assumir hihihi... Hoje é dia de eleger hehehe... Hoje é dia de parirmos novos seres engajados a nos desobedecer. Novos seres que fenecem, falecem, afrouxam quando chegam ao poder. FATOS E FATORES PARECIDOS COM O REAL NÃO SÃO MERA COINCIDÊNCIA.