O novo poema não vem, porque a vida anda com pressa demais.
Não vem, porque estamos todos falando com nossos ais.
O novo poema não quer nascer aqui.
Aqui não está acolhedor,
sereno,
bom.
O novo poema quer paz.
O novo poema quer o êxtase do encontro,
quer o veludo da calma,
quer as liras mais tranquilas.
Aqui não tem dessas coisas,
não vem tendo.
Acabou.
O mundo não é viável para um poema assim.
O novo poema, se viesse, desmaiaria profundo.
Não de êxtase, mas de horror!

imagem: "O Êxtase de Santa Tereza", Bernini, 1645-52. Escultura - Capela Cornaro, Santa Maria Della Vittoria, Roma.

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