Poema de fim do amor (este poema foi escrito para um Concurso. O tema era Fim do muno ou Amor)

No fim do mundo eu já fui,
inalei poeira tóxica,
saltei algumas encostas,
trouxe o último ar limpo para lhe presentear,
chamar sua atenção.
Não aconteceu.
Você não ligou.

Fui nos confins de minh’alma.
De lá voltei com uma sacola de pano,
plena de tantas coisas...
Umas eram brilhantes feito o amor.
Outras, nem tanto, mas luziam cores e expressões de anjo,
asa, água pura.
Coisas quase divinas.
Você até gostou,
mas esqueceu na soleira: alguém as levou.

Peguei um barco para Cidade do Nada.
Trouxe de lá, pra você, a intenção originária.
Saqueei casas vazias,
traí o anjo da morte
e trouxe dele um retalho do trapo que é sua capa,
a última lâmina usada e um seu qualquer verso triste.
Nada disso lhe afetou.

O que afeta a você?
Afeta-lhe o afeto?
Afeta-lhe para o bem ou para o mal?
Você prefere que tipo de afeto?
No fim do mundo já fui para ver se lhe afetava...

No fim do mundo eu já fui, inalei poeira tóxica,
saltei algumas encostas,
trouxe o último ar limpo pra lhe presentear,
chamar sua atenção.
Não aconteceu.
Você nem olhou.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Análise do poema Olha Marília, As Flautas Dos Pastores - de Bocage

Poema para Pedro

Abacate