A enxurrada de gente escoa para o metrô. Cada pessoa uma gotícula carregando seus sacos de medo, de angústia, indecisão e esperança. Mas esperança é bicho frágil... A enxurrada de esperança escoa para o metrô, desce os degraus, entra nas frestas que as levam para lugares diferentes. Cada gota vai prum canto. Assim sozinhas, dispersadas, perdem o encantamento e a força. Cada gotícula separada, não diferencia nada, tornam-se coisas egoístas, pensam apenas em regar suas plantações de sonhos, querem um rio inteirinho para si, não olham a gota de esperança vizinha: desidratando. Gotinhas separadas não sopesam, não compartilham. No entanto, reflitamos: juntas, elas compartilham? Naquela embarcação moderna, elas compartilham? Compartilham as frestas, ou estão ali porque estão, e pronto? Sabem de seus medos e angústias e alegrias e esperanças. Sabem dessa carga individual, sacola de medos e do mais? Perde a graça aquela enxurrada, quando escoam para lugares ímpares. Então, a inutilidade da m