Ontem de noite um menino me chamou e perguntou para que serve a Poesia. Não respondi, não soube nem me colocar, mas entendi que se tratava de uma chamada. Ele, moreno, pequeno ainda, mas não no olhar, fitou-me assim, direto e fixo na minha cara. Eu, meio tonta, disse que iria lhe procurar para tentar lhe responder tal ousadia. Fiquei vexada e caminhei pra minha casa, que, na verdade, não é bem minha... Fiquei tristonha porque não pude dialogar, porque a pergunta instaurou gelo no meu pensar. Para que serve a Poesia? Olha menino, talvez não saiba nem falar sobre Poesia. Sou tão infante quanto sua pele... Sou tão inofensiva quanto sua alegria. Mas lá no fundo a Poesia me anistia, libera em mim coisas tão boas quanto bonitas. Penso que isso seja gesto Divino da Poesia. Em mim a Poesia cria umas asas, que flarpam palavras que me alegram, que dizem palavras que me enlevam. Penso que isso seja mais uma caridade da Poesia. Algumas vezes, ela se esconde, mas é algo que acontece para me proporc...