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Desabafo

Não posso desejar que me entendas, nem eu Mesma sei o que pensar, quando a face do amor Se mostra estreita. Solineide Maria 27/12/2009
Desde que possamos considerar este mundo uma ilusão e um fantasma, poderemos considerar tudo que nos acontece como um sonho, coisa que fingiu ser porque dormíamos. E então nasce em nós uma indiferença sutil e profunda para com todos os desaires e desastres da vida. Os que morrem viraram uma esquina, e por isso os deixamos de ver; os que sofrem passam perante nós, se sentimos, como um pesadelo, se pensamos, como um devaneio ingrato. E o nosso próprio sofrimento não será mais que esse nada. Neste mundo dormimos sobre o lado esquerdo, e ouvimos nos sonhos a existência opressa do coração. Fernando Pessoa por Bernardo Soares, do Livro do Desassossego, p. 250. Editora Brasiliense - 2ª edição.

Bilhete Natalino - sem destinatário

Querido, Segue um presente com esta carta qualquer. O presente também é assim como esta carta, algo de algum e de talvez. Não lhe conheço ainda, não sei de onde vem e nem se virá... Já que é Natal, aproveitei para comprar, também, um panetone. Adoro panetone, pensei que se não gostar, pode presenteá-lo a alguém. São tantas sugestões nas vitrines, mas ao mesmo tempo tão poucas. Tão mínimas, ínfimas, tão quase nenhuma. Ainda mais no meu caso, não sei quem é você, não lhe conheço ainda... Tenho apenas uma vontade que seja assim ou assado, desse e não daquele jeito. Já lhe dei minhas características favoritas que gostaria que um homem apresentasse. Mas dizer que sei quem você é, seria mentira. Aliás, nunca sabemos, de verdade, quem somos e quem é o outro. Que outro? Nós no outro que criamos? O outro que nunca quisemos que abrolhasse? Meu Deus vela por mim que ando assim. Assim desse jeito... Solineide Maria 12/2009

Oração-pedido para São Francisco (sobre seivas e outros elementos que andam faltando no coração)

São Francisco, onde anda minha paz? Não a encontrei. Rodei a casa toda, o balaustro está vazio e o vento sopra umas mensagens que você enviou (correio bom), mas ineficaz para um coração abarrotado de ruídos. Onde, São Francisco, encontrar algo elemento tão sutil, neste ambiente que não soube refazer sem que restassem nervuras? Cadê suas criaturas-passarinhos, revoaram para que lugar: qual árvore os abriga agora? A que se avizinha de minha vida, anda silenciosa e triste e, pior, abandonada. Tende piedade de mim querido Amigo dos ventos, dos pássaros, dos peixes, das árvores, da vida enfim. Traz um pouco de seiva para mim. Solineide Maria – Para O Livro de Orações da Mulher (em revisão, para edição).

CASAMENTO DE REGINA E TIAGO (pequena reflexão)

Hoje uma sobrinha vai se casar. Essa atitude de unir sua vida cotidiana a outra, é, no mínimo, corajosa. Não sabemos o que vai acontecer direito , sabemos que a vida será diferente de antes, mas não temos garantias... O outro, aquele que admitimos em nossa vida, pode mudar ou mostrar sua verdadeira face. Pode não nos entender direito e nós da mesma maneira. Uma coragem dividir casa, cama, mesa e banho. Se não fosse "o sentimento" essa ocorrência, casar , não seria tão frequente. Lógico que existem muitos tipos de uniões viciadas, algumas acabam em cadeia e guerra judicial. Mas não é este o caso. O caso que narro começou a se dar quando ambos os noivos eram adolescentes, hoje eles tem 25 anos de idade cada. Trata-se de um encontro de duas criaturas que decidiram, mesmo, experenciar o amor numa união conjugal. Pode-se, dessa maneira, crer em algum tipo de luz no fim do túnel das dissentimentalidades humanas, nessa tal contemporaneidade. Seja feliz Regina e Tiago! Tia Solineide ...

Suor e quase lágrimas por uma geladeira econômica (popular)

Uma agonia a entrega da geladeira econômica para o povo. A maioria não era tão povo assim... Mas todos saíram com suas geladeiras brancas, econômicas . Até aí tudo bem. Mas à tarde, chegou um pessoal para "discursar". Dizer coisas não muito verídicas, sobre a entrega dessas geladeiras econômicas e outras palavrinhas mais. Se é popular eles aparecem, mas visando lucrar, amealhar, barganhar. Entende? Uns, cansados, escorriam em suor e quase lágrima, tarde de duzentos graus de calor! Outros, gritavam "felizes" o nome daquele moço que iria falar... Quanto tempo, e a gente não cresce, não muda, não nada. Havia de tudo por lá e todo tipo de gente, todos almejando alguma coisa: um cargo, um emprego ou mesmo a foto no jornal. Uma criatura gritou "lindo"! Lindo era o político que estava prestes a falar coisas que em toda eleição se diz. A pessoa que gritou, era uma professora formada em Pedagogia. Por qu é mesmo que a Educação está passando tão mal? O circo dos ho...

Outra declaração de partir

Meu barco de te encontrar Perdeu um pouco o jeito De lidar com ondas altas Quis descansar. De Solineide Maria verso do poema Outra declaração de partir .