Alice para sempre
Quando foi socorrida por Neide Maria Oliveira, estava parindo na rua. Era um dia de chuva torrencial em São Paulo e minha irmã não teve outro ímpeto a não ser o de levar aquela criatura para sua casa.
Pariu gatinhos mortos...
O último foi retirado por Lukas Oliveira, num atendimento orientado por minha irmã Neide através de uma ligação telefônica. Foi levada ao veterinário e lá fez esterectomia. Depois disso tornou-se Alice.
Alice era muito inteligente, quase não parecia uma gata, tinha ares de ser de um Planeta mais evoluído e sempre sabia o que se passava na casa e com todos da casa.
Tornamo-nos amigas de infância e todas as vezes que estivemos juntas foi companhia e companheira. Sabia que não morava lá, mas era como se morasse, era extremamente carinhosa a minha amiga Alice.
Alice veio em casa quarta-feira, tomou café comigo e falou que "tristeza adoece", perguntei se ela estava melhor, ela respondeu "que a dor faz parte da caminhada".
Rimos com lembranças e discutimos sobre as "anomalias" atuais. Alice concordou que o mundo problemático, mas indicou paciência e mais coragem.
Quando Alice terminou o café, disse que precisava voltar para casa. Demos um abraço demorado e ela partiu.
Ontem Alice desencarnou nos braços do irmão Jefferson, meu sobrinho...
Dizem que felinos não cumprem ordens. Alice era "diferentona", obedecia minha irmã e meus sobrinhos.
Dizem que os gatos não ficam com donos relapsos ou desleais, indiferentes ou desatenciosos. Alice adotou minha irmã que a tratou com carinho, respeito e amor por longos anos.
Alice morreu nos braços da paz, no colo do meu sobrinho Jefferson, depois do Evangelho no lar de ontem...
Alice deixou um vazio em meu coração... Mas estava sofrendo...
Adeus Alice... Você nunca vai desaparecer de minhas lembranças, de nossas lembranças, você é para sempre.
(Carta para Alice. Outubro de 2015)
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