O FERRO-VELHO DO AMOR


As coisas sem importância
são as que mais me chamam
atenção.
Gosto,
muito mesmo,
delas...
Um botão desencontrado,
um desenho amarelecido,
esses pequenos pedaços de papeis,
jogados no fundo da gaveta...
De todas as gavetas...

As coisas mais desprezíveis:
uma tesoura cega...
Aquele batom rejeitado,
por qualquer motivo...
Uma história escrita com amargor,
mas bela...
Sapatos velhos...
Todos os tipos de
sapatos gastos...
O amigo mais quieto,
o mais franzino...
A colega menos amada,
e a mais calada...

Sobre amizades tenho tomado
uns goles amargos...
Tenho sentido que o Status
afasta os amigos...
Mas eram amigos?
Duvido...

O que menos importa
me importa...
Talvez por ter um espírito
ainda
desajustado
àquilo que chamam de
perfeição...


Para Flora.
(assinado: mamãe
Poema de Solineide Oliveira Rodrigues)
Luanda em 03 de Agosto de 2016.

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