A MEDIDA INJUSTA
Algumas das pessoas mais
altas da história da humanidade tinham estatura mediana ou, muitas vezes, eram
quase pigmeus.
Os maiores líderes da paz e,
até, os maiores líderes da guerra, (que provocaram os maiores horrores da
história humana), não eram pessoas de ampla estatura.
Para citar alguns exemplos, comecemos
por Teresa de Calcutá. Essa mulher, que foi afetada sem proporção, pela
misericórdia a seus irmãos, tinha 1.55 de estatura, mas provou (sem necessidade
de fazê-lo) que sua alma não tinha medida... A história da humanidade (da
HUMANIDADE em ação), nunca seria a mesma, se não fosse à presença maiúscula
dessa criatura mignon no planeta.
Nero era um homem baixinho.
E infelizmente, “doidinho”... Mas apesar de sua doidice, oriunda de uma vaidade
desenfreada, teve nas mãos, muito poder, isso durante um tempo extenso da
História.
Ghandi, “além” de baixinho
era magro. Sua magreza tinha a ver com a disciplina alimentar que mantinha (ou
falta de alimentos para uma alimentação adequada...). No entanto, a despeito
(apesar?) dessas duas características (que para a maior parte das pessoas,
simbolizaria fragilidade), venceu a batalha de um povo, usando um material,
igualmente frágil, segundo os humanos mais pueris: usando o “material frágil” das
palavras.
Irmã Dulce era muito
baixinha... Poeticamente baixinha... Levemente baixinha... EXTRAORDINARIAMENTE
baixinha (tal qual Teresa de Calcutá). Essa mulher baiana, com toda sua
“baixisse” ergueu, a partir de “doações baixíssimas” (raramente altas...) um
hospital para os pobres de tudo em Salvador. Dizem que não se alimentava bem,
que comia, tão-somente, uma maçã no horário do almoço, ou uma banana, ou mesmo,
durante dias, “somente” alimentava-se de prece.
Chico Xavier era homem de
estatura apoucada também. Médium desde sempre, sofreu na pele e na alma, golpes
gigantes da vida. Porém, alheio a qualquer um deles, seguiu, sendo um enorme
baixinho amoroso. Não se faz necessário narrar o que fez, além de ter engrandecido
com muito carinho a alma de muitos encarnados e elevado o espírito de muitos
desencarnados.
Incidiria citar o nome de
muitas baixinhas e muitos baixinhos nesta narrativa. Em todas as áreas da
história humana: nas artes, na vida religiosa, na esfera da educação, no campo
da psicologia, no ambiente da medicina...
Enfim, baixinhos
extremamente altos em suas ações e em toda a extensão de suas encarnações
edificaram uma história que não se pode diminuir, porque foram escritas com a
estatura do amor.
Medir alguém a partir de sua
dimensão física, então, seria no mínimo, besteira. Sobretudo se for lembrado de
que os maiores construtores do planeta são pequenos seres, aos quais lhes deram
o nome de bactérias, vermes, micro-organismos... São esses seres, quase
insignificantes em estatura, que construíram e constroem diariamente (e que, se
quiserem, também podem destruir...) tudo o que se conhece.
De maneira que não se faz possível
entender por qual razão alguém pense em medir o valor de outra pessoa a partir
de uma medida tão falha: a estatura física. Porque já se tem inúmeras marcas de
que as aparências, de fato, enganam...
É necessário erradicar,
urgentemente, essa medida injusta e não mais se impactar por causa do talhe de
alguém, caso meça “apenas” um metro e cinquenta e um e, “ainda assim”, tenha
altas qualidades.
Solineide Oliveira Rodrigues
(26/08/2015)
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