POEMA INSONE (da série dos Poemas "Madrugueiros")

  1. Por que encontrar
    se há
    ainda em ti,
    medo de decidir?
    E por que os sonhos
    de ontem
    foram tão confusos?
    Por que o mar do sonho
    chegava na varanda do restaurante
    e banhava-me?
    Cobriu as mesas e as outras coisas...
    Depois saí, a caminhar com Antônia.
    Antônia (não conheces) mas me ama.
    Amor de amiga de outras eras.
    ela me disse:
    “por que ele não fica de vez”?
    Não soube responder...
    Desdisse palavras,
    li versos de Neruda,
    declamei Budowski.
    Ela me deu um abraço e falou:
    “Acho que ele vai ficar”.
    Ela me deu um quadro de Paul Gauguin,
    (imitação é claro)
    ele fica comigo,
    guardado em meio a papeis,
    para quando tiver minha casa...
    Quero que seja contigo!
    Nossa casa vai ter o canto dos livros.
    Lá estarão os quadros e os papeis,
    canetas,
    canetas,
    lápis mil.
    O outro sonho me veio de repente.
    uma praia e eu
    pensávamos com as estrelas
    uma solução muy rápida
    para nossas vidas...
    “Ganhar na Loteria”,
    balbuciei e sorri olhando as ondas.
    Por que depois achei uma sacola vazia?
    Numa segunda mirada estava cheia de estrelas.
    Estrelas são bom sinal não é?
    Deve ser...
    No outro sonho,
    final,
    encontravas-me.
    Sorria um riso de criança,
    que afinal é encontrada.
    No teu abraço me perdia novamente:
    mas de um jeito encontrado...
    Chorava copiosamente,
    enquanto me falavas:
    “nunca mais vou embora,
    nunca mais vou partir de ti,
    nunca mais te deixarei sozinha
    a procurar-me”.
    Dormi nos teus braços meu amor...
    E até agora,
    até agora,
    até esse exato momento,
    não acordei.

    SOLINEIDE MARIA DE OLIVEIRA (03-12-2013 - 05:28 da madrugada)
    Foto: POEMA INSONE (da série dos Poemas "Madrugueiros")

Por que encontrar
se há 
ainda em ti,
medo de decidir?
E por que os sonhos
de ontem
foram tão confusos?
Por que o mar do sonho
chegava na varanda do restaurante
e banhava-me?
Cobriu as mesas e as outras coisas...
Depois saí, a caminhar com Antônia.
Antônia (não conheces) mas me ama.
Amor de amiga de outras eras.
ela me disse:
“por que ele não fica de vez”?
Não soube responder...
Desdisse palavras,
li versos de Neruda,
declamei Budowski.
Ela me deu um abraço e falou:
“Acho que ele vai ficar”.
Ela me deu um quadro de Paul Gauguin,
(imitação é claro)
ele fica comigo,
guardado em meio a papeis,
para quando tiver minha casa...
Quero que seja contigo!
Nossa casa vai ter o canto dos livros.
Lá estarão os quadros e os papeis,
canetas, 
canetas,
lápis mil.
O outro sonho me veio de repente.
uma praia e eu
pensávamos com as estrelas
uma solução muy rápida
para nossas vidas...
“Ganhar na Loteria”,
balbuciei e sorri olhando as ondas.
Por que depois achei uma sacola vazia?
Numa segunda mirada estava cheia de estrelas.
Estrelas são bom sinal não é?
Deve ser...
No outro sonho, 
final,
encontravas-me.
Sorria um riso de criança,
que afinal é encontrada.
No teu abraço me perdia novamente:
mas de um jeito encontrado...
Chorava copiosamente,
enquanto me falavas:
“nunca mais vou embora,
nunca mais vou partir de ti,
nunca mais te deixarei sozinha
a procurar-me”.
Dormi nos teus braços meu amor...
E até agora,
até agora,
até esse exato momento,
não acordei.

SOLINEIDE MARIA DE OLIVEIRA (03-12-2013 - 05:28 da madrugada)

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