Carta para Fernando Pessoa (sobre o poema Autopicografia)

Terra, 08/12/2013.
Fernando,

Infelizmente tenho que lhe dizer que não finjo. Não, nesse momento... Todos sabem a verdade... Amo. Estou amando. Mas veja Fernando, também finjo.

Finjo que é fácil amar e estar longe.

Estar sem a mão dele na minha. E finjo que é super lúdico amar assim...
Eu sei que quando escreveu aquele poema, estava se referindo às questões da produção poética. E, até, da recepção da produção poética. Mas olha, não leve a mal, os leitores não querem saber disso... Eles se apoderam da obra poética, e ficam tão enamorados de estarem lendo coisa apaixonada, entende...

Você me perdoa Fernando? Você me perdoa de estar "médio" de acordo com sua teoria de produção escrita?
Você me perdoa por estar amando, mesmo... Além das palavras? E de me entristecer um pouco, com isso... Pois que o amor é que é comboio Fernando... Nisso discordo um pouco com você também... O amor é que é comboio, o coração é um pobre coitado, só isso.

SOLINEIDE MARIA DE OLIVEIRA
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