RENATO ME DISSE EU TE AMO

Jovem de tudo lá pelas bandas de 198e bolinha era FÃ do Legião... Vocês já sabem. rs 
“Bueno”... Renato morreu e nunca realizei meu sonho adolescente: ir a um show da banda que “traduzia” aquela geração... Ele me descrevia também. 
Escrevi umas letras para ele. rs Pensava em mandar pelo correio. Ingenuidade. Para quê??? Ele escrevia sua tolinha!... Acompanhei como pude a discografia (gravava em fitas cassete). “Bolachão” não era barato para “pobre”. 
Aliás, arte nunca foi coisa barata para pobre (financeiramente). Eis que Renato Russo morre. Foi uma coisa muito triste, já escrevi sobre isso... E eu que nunca o vi pessoalmente, fiquei um pouco morta também. 
Morta por procurar outra banda que me dissesse. Outro poeta... Sei lá. Quando a gente gosta de alguém, a gente morre um pouco quando perde essa pessoa. Mas me aventurei mais pela poesia escrita (por mim e pelos poetas e poetisas). 
Comecei a perceber a “polifonia” nas letras de Russo, antes de saber o que era “polifonia”. Sabia que era leitor voraz e intelectual entre os do Rock nacional. Admirava ainda mais aquela figura tão longe de mim e tão próxima de mim. Estranho isso né?... Mas acontece. 
Hoje ele ainda me ajuda a resolver algumas questões pessoais... Sonhei com uma bela noite com ele. Com a Banda gente!rs Ele estava gravando um documentário e fui convidada pelo correio (kkkkkkkk). 
Chegou um telegrama! Pasmem! Avisando que fui sorteada para tal evento porque fazia parte de um grupo de fãs e tal. rs Fui. Ele cantou todas as músicas marcantes da carreira da Banda. E alegremente conversava sobre os assuntos políticos da atualidade. Maravilha... Discorreu sobre aquele moço (o que representaria os direitos humanos em certo país)... Disse, sorrindo, que “ele é um enrustido, coitado”. E sorriu. Todos sorriram. Depois cantou para ele a canção que posto agora. Foi tão bonito... 
No final do show, convidou quatro pessoas para tomarem café da manhã com ele. TCHARAN! Eu estava no quarteto. rsrsrsrs Tomamos café e chá e comemos croissant e bolinhos de chuva e fizemos piada das coisas e lhe dei, ao final, meu livro. Ele sorriu e disse: “conheço sua poesia. Leio de vez em quando”. PASMEI e segurei tão forte em suas mãos. Ele sorriu e disse: “continue escrevendo. É trabalho solitário, às vezes triste de dar dó... Mas vale muito a pena”. E brincou rimando: “e sua alma não é pequena”. 

Acordei com a sensação de ter segurado suas mãos (mesmo!). Acho que dormi tão tristonha (com certos acontecimentos) que fui agraciada com esse sonho. Visita? Viagem? Realização metafísica de um sonho? Renato me disse EU TE AMO!

Solineide Maria

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