Pausa (da palavra) para um café...


Essa tarde vazia é muito cheia.
Tem mensagens que não canso de ouvir...
A palavra quieta...
Esperando minhas mãos?

Nem de perto e nem de longe me sorri.
Está séria a palavra. 
Olha-me sem riso.
Aproximo-me e ela pede um tempo.

Tomo banho. Olho a esquina,
Volto logo.
Ela ainda descansa.
Não quer ser escrita.
Pede que me aquiete.

Fico meio vexada, 
queria desabafar minhas andanças
da semana, das noites de insônia.
Do pouco que entendo...
Das quase vitórias despontando...

Da solidão imensa,
mesmo entre muitos na dança
da vida humana.

Ela riu.
Pediu-me um café e esclareceu:
Às vezes é melhor escrever nada.
Nada de nada...
Às vezes é melhor silenciar.
Maturar as ideias, fechar os olhos...
Tomar um café...

Solineide Maria
(agorinha)

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