Amor Clarístico


Agora vou te amar como Clara amou Francisco.
Ficarei de longe imitando seus gestos,
sem fazer ruído.

Agora vou te amar assim com aquela singeleza,
com aquela beleza;
presteza de amor-irmão.

Agora vou falar de você como Clara falava do Irmão Sol!
Com tamanha emoção que parecia amor romântico...
Com tamanha satisfação que parecia desejo...
Com tanto coração que parecia carnal...

Agora vou deixar de amar você como gente comum.
Vou amá-lo direito: amor Crístico.
Vou rezar para seus dias serem fáceis de “matar”.

Vou escrever poesias de acalentar e de amainar dores:
físicas ou espirituais.
Escreverei orações também!

Todas elas serão sinceramente ingênuas.
Mas todas o são não é verdade?

Agora vou amar você feito Clara amou Francisco.
Não adotarei seu sobrenome, mas a poesia sim:
seguirei os tons leves,
graves,
os versos compassados,
a ironia arguta,
os conceitos violentos...

Serei sua Clara de Assis.
Sua irmã amorosa...
A criada da poesia.         

Solineide Maria (Janeiro de 2013
 (Dedicado à Clara de Assis)

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