Farewell

Quando termina tudo?
 Ah... 
quando termina tudo...
é duro acreditar.
A festa do olhar, que já não há.
A dança do sorriso, que já não vigora.
As mãos, antes, insistentes,
jazem caídas:
parecem flores murchas, incompetentes...
Aquele longo telefonema:
"desliga você, vai... 
não... deliga você"...
é coisa do passado.
A conversa é monóloga, 
o assunto? 
Contas, 
dor de dente, 
a morte de alguém, 
o sol, 
a chuva, 
o frio persistente... 
 Quando termina tudo 
a falta é bem vinda. 
Aceita-se o convite: 
para o chopp, 
para o jogo, 
para... 
As falas muito curtas, 
o espaço se faz longo 
entre o beijo e a boca. 
 Quando acaba o amor? 
Ah... quando acaba o amor 
é duro de aceitar.


Para Dora.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Análise do poema Olha Marília, As Flautas Dos Pastores - de Bocage

Poema para Pedro

Abacate