Para Manuel Bandeira (um meu outro amor lírico)



Pasárgada não tem muito dessas coisas que se anseia.
Na porta tem tabuleta, dizendo em letras foscas:
Não seja besta!
Não seja bobo de querer mais do que mereça.


Pasárgada não tem muito do que se pensa.
Comer se come, mas mal, não tem cerveja.
De noite tem uma luz que é só tristeza;
o céu lá é mais cinzento, não se alucine.


Não se iluda meu querido e bom poeta
Também já quis outro lugar, já quis mais festa.
Também cri serem mais serelepes
Outras promessas...


Desiludi examinando outros lugares:
Outros canteiros, outros jardins,
Outros altares. É tudo igual.
É dentro mesmo que está a chave.


 Solineide Maria
Inverno de 2008

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