Folha em banco
Eu fui um poema bonito.
Nem de amor, nem de remorso, nem distinto, nem incoerente.
Fui um poema.
Depois você apareceu, leu aquele poema-eu.
Recitou-me em voz alta e baixa.
Mandou cópia daquele poema-eu para seus outros sentidos.
Apresentou-me para os seus amigos, usufruindo do lírico que havia em mim.
Depois passei um tempo silenciado.
Apenas registrada naquela folha, deslembrada, em meio a uns livros antigos. Enfeite de estante. Passado.
Percebi que dali eu não mais sairia.
Você já nem lembrava mais, aonde teria me esquecido. Estava prestes a tornar-me, novamente, uma folha em branco.
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