Abacate

Quero amadurecer quando for colhida. 
 Lá na minha árvore, 
lá no meu pé de mim, 
embirrado e miúdo, 
quero ficar até que você olhe. 


E minha casca, lisa e brilhante, 
não será prejuízo. 
Minha polpa agradável e leve, 
será para você, 
minha paga, 
sua recompensa. 


E não acelere o processo de maturação, 
porque meu coração verde musgo, 
já lhe pertence. 


E quando for me usar, 
abuse de tudo em mim, 
e plante lá na minha árvore, 
ao lado do meu pé de mim, 
o meu caroço, de volta. 


Que sou doce, 
ou salgada, 
como quiser, 
vou ser seu abacate, 
acate, 
cate, 
ate. 


Até. 


Solineide Maria
Este poema está incluso na Antologia Caleidoscópio, publicada pela Editora Olho D'agua, ano 2004.

Comentários

  1. Que lindeza! Queria um poema sobre abacate pra trabalhar com meus alunos de 2 anos, mas achei essa lindeza pra partilhar com minhas amigas mais maduras.

    abraços,

    Ana Alcântara( poderá ver umas palavras minhas no Recanto das Letras)

    ResponderExcluir
  2. Que lindeza! Queria um poema sobre abacate pra trabalhar com meus alunos de 2 anos, mas achei essa lindeza pra partilhar com minhas amigas mais maduras.

    abraços,

    Ana Alcântara( poderá ver umas palavras minhas no Recanto das Letras)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. querida Ana, gratidão por seu olhar generoso sobre minhas palavras, que no final das contas, serve para ser palavra de "maduridade" e de receita para crianças. Gratidão.

      Excluir
  3. Rsrsrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrsrsrsrsrsssrrsrsrsrsssrrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrsrsrsrsrrsrsrsrs mandrakee

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Análise do poema Olha Marília, As Flautas Dos Pastores - de Bocage

Poema para Pedro