O Ano Novo não é novo... Mas pode ser.


O Ano Novo não é novo.
Muda-se a data no calendário,
mas as mudanças são
dentro em nós.

O Ano Novo marca uma etapa,
mas é entre nós, intimamente,
que as coisas mudam.
Tudo é conosco.

A roupa nova, o cinto,
o sapato, as sandálias...
São artefatos exteriores.
A mudança é na alma...

É de dentro para fora
que a viagem inicia.
A nova viagem anual,
o velho novo recomeço...

O Ano Novo é um sarau.
Brindar é tradição,
sorrir, dançar...
Mudar é pessoal.

FELIZ MUDANÇAS! Se forem necessárias.

Mas sempre é bom mudar. Afinal, "todo tempo tem mdança"e quem não muda, morre e não chega a progredir.
Dedico este poeminha à Carlos Drummond de Andrade. O poeta de minha vida. 
Drummond me presenteou com a insipração para meu TCC em Literatura. Um dia vou publicá-la. E certamente, meu Deus e Mentores me ajudarão a continuar em Drummond: no Mestrado, Doutorado, Phd...
Por enquanto, leio Drummond! Deito e acordo com ele, tomoo café e saio para passear. Tomo banho e me atraso e chego no horário... Sempre regida pela poesia do TEMPO.

Aos que de vez em quando passam por aqui: 
muito obrigada!
Saibam que a poesia nos alenta. Ela sempre será lar e abrigo aos cansados navegantes. Como Jesus é abrigo e lar aos sobrecarregados e aflitos.

Solineide Maria


O ano passado
O ano passado não passou,
continua incessantemente.
Em vão marco novos encontros.
Todos são encontros passados.

As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
O céu tem exatamente
sabidos tons de amanhecer,
de sol pleno, de descambar
como no repetidíssimo ano passado.

Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.

E será sempre assim daqui por diante.
Não consigo evacuar
o ano passado.




Carlos Drummond de Andrade © Graña Drummond



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