PARA MACABÉA
A
noite estava perfeita, tinha até fogueira...
Ao longe,
o som de alguma lembrança quase esquecida, avisando que já eram trinta e dois.
Eram férias. Trinta e dois
dias de alegria colorida, com as recordações das ruas tão familiares. Trinta e
dois anos...
Muito
perto do coração selvagem, umas
dúvidas pesadas e cansadas afastavam o sono perfeito. Dentro da casa uma mesa
rica, com comidas bem típicas, a Bahia tem um jeito...
Certas
pessoas do passado telefonando, para dizer não sei bem o quê, mas para dizer.
A
noite gerando uma animação pós tristeza, mas a tristeza incide. O sintoma mais
forte da falta de coragem é a saudade incessante dos que se foram, dos que
sumiram, do que não deu certo, das coisas que não aconteceram do passado.
E no
canto, o vazio incômodo da certeza que nunca chegava. Nunca chega.
Afastados
de mim, todos os melhores sentimentos... O caldeirão da vontade borbulhando, louco, insano por alguma realidade
mais próspera.
Onde
estão aqueles que projetavam sonhos comigo? Estão buscando derramar o tal
infame caldeirão das vontades?
A
noite gerando uma animação pós tristeza, mas a tristeza existia. Os sonhos em
preto e branco, agitados, perturbados, como uma declaração solene dos pequenos
fracassos.
Algumas
estrelas nascem para não brilhar. Elas figuram um céu de luzes que não se
acendem, elas brilham para dentro, numa confissão extrema de impotência.
lindo!!!
ResponderExcluir