NATAL (hora de comprar)


Meu Deus,
o Natal de novo se anuncia.
Na verdade, as compras encabeçam
a lembrança de tão doce confraria.

Insisto em crer
que tudo faz sentido.
Que um vestido novo,
tem lá o seu brilho.

Insisto em acreditar
que a fartura que aparece
na mesa, em meu lar,
não é afronta aos meus
irmão famintos...

Tento firmemente
convencer-me,
que a doce mão
que me abraça no Natal,
não me faltará no Ano Novo...

Sabe Senhor,
permito-me esquecer
que há muito tempo
o Natal é bolinha brilhante
onde nosso reflexo
não queremos ver.
Tento esquecer
que os enfeites
não adornam
a mentira,
a vileza,
a avareza.

Não enfeitam
um coração tristonho,
nem a mais terrível falta
de gentileza.



Quero crer que ao menos
por um dia,
os homens sejam dignos
de paz
e Poesia.



Perdoe-me meu Deus
por minha prece,
que é bem pouca,

pueril e pobre,
mas suplico
mesmo assim o Vosso olhar.
Dez. 2010

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