Isso é São João

É São João.
Quando meus pais eram mais jovens, comemoravam em casa, juntavam amigos e desconhecidos. Todos forrofeavam até de manhã. Literalmente. Uma animação típica de Festa Junina, que, hoje, não sei no que se transformou. No entanto, é entendível, já que tudo se transforma. Algumas coisas se deformam, mas...
Não consigo dançar do jeito que o bom forrofeiro gosta. Mingnon, para os altos, dou dificuldade, porque em certo momento da música, a colouna pede licença para o descanso. No caso dos pequenos, aquele esfregaço da dança, causa muita excitação... Vocês entendem não é? Nesse caso a incomodada sou eu.
Na contemporaneidade, o Forró virou tudo, menos o que seria. Todos os gêneros são tocados e todas as danças são arroladas nas festas, que, em geral, são apenas mistura de solidão, violência e excitação, para todos os cantos. Eu daria outro título ao que dizem ser Forró: MISTURA.
Poderíamos criar outra festa típica, que antecedesse ao típico São João, com canjica, milho assado na brasa, licor e músicas para forrofear.
Parece papo de quem já passou da idade, mas não é. Sou jovem, e, me considero inteligente, sensível. O que não me deixa muito equalizada para as Festas Juninas da atualidade, são, além de tudo o que expus, a degeneração do gênero Festa Junina.
Podem me intitular de saudosita, acato. Porém, vocês que não viram, também se agradariam da festança junina prototípica. Aquela onde ensaiávamos os passos para a quadrlha junina da rua, aquela que vinha com a satisfação natural das férias escolares.
Aquela que ficou na história de quem as viveu.
Hoje me refugio na roça de minha mãe e de meu pai. Lá, a gente acende a fogueira, dança as músicas típicas (de verdade), solta foguete e bombinha. Não soltamos balão! Soltamos a alegria que a satisfação da confraria entre os que se gostam, exala.
Isso é São João.

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