CONFISSÃO

Eu quero dormir até poder alcançar ser arauto, mas um, que também a mim apregoe sobre Deus. Mas um Deus que me receba de pés descalços e com uma caneca de café na mão, caneca de porcelana velha, rachada, dessas que contam sobre os visitantes, muitos que foram ali.
Não quero um deus qualquer. Quero um Deus que me pergunte de cara: o que você tem? “Ta tão mequetrefe”?! Eu quero.
E não quero ser um arauto qualquer, quero ser um arauto firme e quase santo. Quase, porque tudo o que dizem ser, com muita convicção, desconfio. E devia ser assim, devíamos todos desconfiar de tudo o que dizem. E devíamos buscar nos livros (na atualidade, busca-se no Google). Mas acima de tudo e de nada, buscar em nós.
Eu queria escrever um poema tranqüilo, cheio de músicas em harpa, cheios de tiras brancas de papel balouçando, balouçando, mas estou muito cansada.

Solineide Maria
16/03/2010 15:42

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Análise do poema Olha Marília, As Flautas Dos Pastores - de Bocage

Poema para Pedro

Abacate