Carta para Rafaela

Rafaela,
olha só que coisa triste, estou só, ainda. Não tem nada de novo sobre a Bete e a sinusite voltou, hoje, com muita sede de me ver na cama. Fui.
Li umas teorias e deitei. Você sabe que não sei ler, nem escrever (a professora de estrutura me disse, e a de sociologia), mas tentarei aprender até a alma perecer, triste.
O Laboratório está quase pronto, as árvores foram derrubadas e pronto, o portal sempre com problemas (apesar da nova roupagem), estamos sem professor para Língua Espanhola e Literatura Portuguesa... Deixa ver... É isso.
A poesia me socorre e o livrinho está quase pronto. Você estará por perto. Poucos convidados, poucos livros... Coisa de poeta sem grana. E qual já teve? rsrs
Penso que a tristeza que sinto, às vezes com maior força, seja saudade do pão da infância. Nostálgica ne? Pois então.
Ah! tem uma novidade sim. Louca que sou, dizem, e começo a crer, peguei como Eletiva uma disciplina de nome Problemas Metafísicos. Já gargalhou? Pois é, gargalhe mesmo.
O professor é generoso e diz que é coisa para quem tem coragem. Com a filosofia que tenho e tive, já pensou? Se fosse Bete, estaria tranquila, pois ela já fez um curso à distância, lembra?
Ainda não parou de rir? Eu acato e entendo. rsrs
Também dou muita risada de mim, quando saio da sala, toda segunda. Mas comprei uns livrinhos e estou no páreo. O povo sério e cisudo, inda mais com o povo de Letras... vc. me entende ne?
Mas quero a paz da criança que desenha casa com árvore. Quero qualquer paz, na verdade. Para você também.
Saudade.

SOLI


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