Devagar aprendo a amar-amor

Ele chega,
ele fica,
ele conversa,
ele ainda está.

Ele ainda está no coração,
ainda brinca de camaleão,
ainda sabe que mexe
com minha transparência.

Ele conversa,
ri,
pega em minha mão,
me beija a face.

Pede um filho pra mim,
brinca demais com coisa séria.
Depois diz: ai, ai,
quero ir para Berlim...

Ele não sabe da paixão
que vira amor,
que fica quieta e ampara a solidão.
Ele não sabe que aprendi.

Não sabe que aprendi lidar com a dor,
que amor e solidão são companheiros
que fazem bons poemas, são parceiros
das coisas de escrever.

Ele desconfia que estou ficando madura,
que a voz já não é muito agoniada,
que a paz já alcança minha fala,
que devagar aprendo a amar-amor.

Mas, ele chega,
ele fica,
ele conversa,
ele ainda está...

Solineide Maria - 24/02/2010

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Análise do poema Olha Marília, As Flautas Dos Pastores - de Bocage

Poema para Pedro

Abacate