SALVAR COMO?

Logo o passado virá, para as cobranças dum presente sem progresso.
As mãos sem uso, os pés cansados, o coração sem amor.
Na varanda, a visão perfeita de um dia perfeito, mas sem uso coerente.
Onde foram parar meus rascunhos sobre um certo futuro promissor?
Hei de lançar-me louca, feito lagarta no cio?
E dos tantos sonhos, o que dizer? Se todos estão amarelecidos por conta do tempo...
Quantas esquinas tem uma dor? Depois do clarão da dúvida, nenhuma certeza se assoma.
Resta apenas acordar e dormir. Gestos tão automáticos quanto respirar.
O som de uma voz que não ouvi, lembrando que o tempo não perdoa.
Então que doa em mim toda a dor de uma incessante busca.
Quem sabe exista um zero oitocentos para o sucesso, mas onde estaria?


Solineide Maria - em 2005

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