PALAVRAS INVISÍVEIS

Nossas palavras sempre foram invisíveis.
Sem o mínimo de força: nem para levantar brisa,
nem o mínimo de amor,
nem o mínimo de ódio.

Sempre insossas.

Cansava só em pensá-las.
Logo se desfaziam em suas inutilidades de palavras invisíveis.
Na mímica do diálogo que nunca acontecia.
No engasgo do brado que poderia surgir de uma discussão,
que poderia surgir... mas nunca surgia.
As falas sempre às favas.
Sempre.
Nossas palavras sempre foram invisíveis.


Solineide Maria - 2001

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