Dos espetáculos não entendidos
Também já vi uma bailarina
Dançar sem pés sobre uma pista
De folhas secas
E terra musga.
Nunca pensei juro, que fosse
Tão infeliz.
Seus pés inchados,
Choravam dores...
Tal bailarina, fatigada e só
Consumiu o que tinha
Para dançar de peito aberto
Para os pagantes.
Horrorosos esses que pagam,
E nada.
Sentam-se e aplaudem,
E nada.
A bailarina sabia que ali
Estavam seres tão insensíveis
Aos movimentos
Quanto aos seus pés.
Seres assim como os não seres...
E os não saberes daquelas almas
Nem sei, seriam
Saberás? Almas divinas?
No espetáculo dos que se agastam
Estariam interessados?
Seriam amigos desolados
De outras eras?
De onde, diz? O vão sorriso?
Sombra de alguma vastidão
Nunca alcançada.
Espelho cru, imagem-nada.
Também já vi uma bailarina
Dançar sem pés sobre um monturo
De indiferença
E ódios hirtos.
Solineide Maria de Oliveira – Outro poema para Cecília Meireles
Dançar sem pés sobre uma pista
De folhas secas
E terra musga.
Nunca pensei juro, que fosse
Tão infeliz.
Seus pés inchados,
Choravam dores...
Tal bailarina, fatigada e só
Consumiu o que tinha
Para dançar de peito aberto
Para os pagantes.
Horrorosos esses que pagam,
E nada.
Sentam-se e aplaudem,
E nada.
A bailarina sabia que ali
Estavam seres tão insensíveis
Aos movimentos
Quanto aos seus pés.
Seres assim como os não seres...
E os não saberes daquelas almas
Nem sei, seriam
Saberás? Almas divinas?
No espetáculo dos que se agastam
Estariam interessados?
Seriam amigos desolados
De outras eras?
De onde, diz? O vão sorriso?
Sombra de alguma vastidão
Nunca alcançada.
Espelho cru, imagem-nada.
Também já vi uma bailarina
Dançar sem pés sobre um monturo
De indiferença
E ódios hirtos.
Solineide Maria de Oliveira – Outro poema para Cecília Meireles
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