NATAL DE CIDADE PEQUENA

A procissão passa nas ruas: velas, lenços, velhas.
Velhas canções de Natal, do verdadeiro Natal.
Nas casas estão as árvores: são pequenos coqueiros, grandes, muita criatividade.
Planta de cactos enfeitados com bolas, com brilhos.
Estrela.
Estrela de papel laminado, papel lustroso, papel de presente...
Papelão pintado com lápis de cor, mas estrela
Algumas casas exibem galhos secos, cobertos com algodão.
Neve de isopor. Todas são lindas.
Debaixo delas, bem ao centro, há uma pequena criança deitada.
Um bebê.
Imagem em barro, plástico, madeira...
Neve de isopor.
A procissão vai para a Capela.
Ruas, velas, fé?
Velhas canções de Natal.
Fé!
As crianças sabem do que se trata o Natal,
Os mais velhos respeitam a Data e alegram-se:
Eis a nova esperança!
Todos os anos renasce uma criança em nós, mas sabem disso aqueles que conhecem as verdadeiras árvores de Natal.
Árvores que imbuídas de simplicidade, são mais firmes.
Árvores que resistem aos ventos fartos e fortes do Natal outro, esse outro Natal que não deixa paz, quando passa.
Estrelas.
Todas são lindas.
Estrela de papel laminado, papel lustroso, de presente...
Papelão pintado com lápis de cor.
Neve de isopor.
A velha procissão canta Jesus e entra na Capela, no coração dos passantes, dos que assistem da janela, no coração da cidade.

Solineide Maria
2002

Comentários

  1. Esse poema é exatatamente o que acontece em pequenas cidades. É um ótim poema.
    Parabens.

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  2. Minha querida,
    é o que sinto. E o que experimentei desde sempre, já que sou do interior. Obrigada pela leitura. Continue visitando esse cantinho. Ele é seu também.
    Solineide Maria

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  3. eu adorei muito essa homenagem é muito linda quaase chorei dessa mensagem eu amei

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