ABACATE

Quero amadurecer
quando for colhida.

Lá na minha árvore,
lá no meu pé de mim,
embirrado e miúdo,
quero ficar até que você olhe.

E minha casca,
lisa e brilhante,
não será prejuízo.

Minha polpa
agradável e leve,
será para você,
minha paga,
sua recompensa.

E não acelere o processo de maturação,
porque meu coração verde musgo,
já lhe pertence.

E quando for me usar,
abuse de tudo em mim,
e plante lá na minha árvore,
ao lado do meu pé de mim,
o meu caroço, de volta.

Que sou doce,
ou salgada,
como quiser,
vou ser seu abacate,
acate,
cate,
ate.

Até.

SOLINEIDE MARIA
2002

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