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Mostrando postagens de fevereiro, 2015

LUANDA E LEITURA (Dedico esta crônica, especialmente aos meus padrinhos de casamento civil: Marisa e Flávio Couto)

Andar por Luanda é ter certeza que nada se sabe... Não se entende muita coisa, isso, claro, se você for “de fora”.   Ser “de fora” no sentido de ser estrangeiro. Há um disco de Caetano, chamado O estrangeiro (que amo!), onde se pode encontrar uma canção que intitula a obra, a qual narra sobre um estrangeiro falando sobre as coisas do Brasil. No caso específico da canção, o estrangeiro “fala mal” da Baía de Guanabara. Caetano responderia ao ilustre estrangeiro, esse homem “de fora”, perguntando a ele (o “de fora”) sobre o que seria uma coisa bela. Não é preciso dizer que o poeta, músico, escritor, “coache”, intelectual (em minha opinião) Caetano, surpreende em mais uma extraordinária composição. E nos dá um banho de beleza! Andei, ontem, por Luanda, ouvindo essa canção em meus ouvidos espirituais. Porque é mesmo assim como se lê na música: “o que é uma coisa bela”? Enxerguei muitas coisas belas em minha caminhada... E surpreendeu-me entender, ao menos um pouco, os motivos

A DOR NÃO TEM FRONTEIRA E NEM COR... PODE SER AFRICANA OU BRAISLEIRA

Nunca soube que amava tanto o Brasil. Tendo nascido e vivido lá mais de 30 anos, não percebia que o meu país estava entranhado em mim.  As muitas injustiças, em todos os âmbitos que existem:  educação, saúde e segurança, sobretudo, revelam em nós, brasileiros, uma espécie de sanha pelo país que nos deu berço... Mas amamos nosso país! É nossa terra, é nosso lar, nossa identidade primeira.  Hoje, ao acordar e fazer desjejum, antes de começar meu trabalho, para matar a saudade do Brasil, liguei a TV no canal que passa os programas brasileiros. Ana Maria Braga estava recebendo duas mães que perderam suas filhas pequenas, por bala perdida...  As duas mães choraram muito ao tentar narrar o que aconteceu no dia em que perderam suas filhas... As duas mães solicitaram por Justiça... Ou justiça... Qualquer tipo de acontecimento que diminua a impunidade no país...  Eram duas mães: uma branca de olhos verdes e a outra negra de olhos pretos.  Duas pessoas.  Duas mulheres.  Duas

Para Cristina Messias

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Luanda, 06 de Fevereiro de 2015. Cristina Messias... Para quem acredita na vida além-vida, parece bobagem sofrer nas despedidas... Mas se não deixamos o coração expiar ao menos um pouco, ele fica, depois, extremamente confuso e, muitas vezes, pode bater descompassado, como se batucasse a música da despedida que não deixamos tocar... Devo despedir-me de você sim minha eterna irmã, contudo dizendo um até a vista, porque as verdadeiras afeições seguem se fortalecendo através das reencarnações. Nós que te amamos, continuaremos a amá-la. Ainda mais... Pois que a presença física, de fato, ainda nos faz extrema falta... Porém, estamos também confortados em saber que teve acesso à certeza da vida: que sempre segue. De modo que saberá, seguramente, repousar seu coração tão bonito, no tantã da música Divina, onde estiver. Agradeço por ter me dado a honra de ser sua amiga. Agradeço pelo abraço SEMPRE caloroso e cheio de AMOR que recebia, todas as vezes que nos encontramos.