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Mostrando postagens de março, 2013

Amor Clarístico

Agora vou te amar como Clara amou Francisco. Ficarei de longe imitando seus gestos, sem fazer ruído. Agora vou te amar assim com aquela singeleza, com aquela beleza; presteza de amor-irmão. Agora vou falar de você como Clara falava do Irmão Sol! Com tamanha emoção que parecia amor romântico... Com tamanha satisfação que parecia desejo... Com tanto coração que parecia carnal... Agora vou deixar de amar você como gente comum. Vou amá-lo direito: amor Crístico. Vou rezar para seus dias serem fáceis de “matar”. Vou escrever poesias de acalentar e de amainar dores: físicas ou espirituais. Escreverei orações também! Todas elas serão sinceramente ingênuas. Mas todas o são não é verdade? Agora vou amar você feito Clara amou Francisco. Não adotarei seu sobrenome, mas a poesia sim: seguirei os tons leves, graves, os versos compassados, a ironia arguta, os conceitos violentos... Serei sua Clara de Assis. Sua irmã amorosa... A

SENHOR: se for para fomentar energias tais quais: o amor e o respeito, deixe-me ser esterco...

Tem um livro que me auxilia na vida, chama-se “Evangelho”. E gosto dele em todas as versões documentadas pelos apóstolos.  Gosto em especial de Lucas. Sua narração me envolve como um manto cheio de carinho, feito quando uma mãe zelosa usa para cobrir a pele do filho: ou contra o frio ou contra a poeira.  Ultimamente tenho preferido que seja para me cobrir da secura dos corações e das almas. Sei que é pueril achar que um manto me deixaria à salva da secura dos corações e das almas dos irmãos que me rodeiam, mas é preciso acreditar...  Ontem fiquei até uma da manhã preparando slides extras para servirem de esteio às minhas aulas: APENAS a palavra não basta hoje em dia. Aliás, que não sei ao certo o que basta hoje em dia... Porque nem slides, nem vídeos, nem música e nem a palavra (coitadinha) parecem funcionar direito com nossa tão aclamada “geração y”.  Depois de meu advento à sala, seguida de inúmeros pedidos de silêncio, prestem atenção e, por favor, fulano e beltrano, chego

"Prece" a Saramago

Sara, Mago, minha cegueira!  Solineide Maria

Estrofes tristes

Onde encontrar  a parte que faz humano o ser ? Solineide Maria

Estrofes tristes

Que coisa louca...  Chamar de gente  esse bando de coisa... Solineide Maria

Estrofes tristes...

Que esquisito... Sou gente  e me tratam feito lixo... Solineide Maria

ENCONTRO AMADO

A alegria chegou bem cedo no meu lar! Tinha uma cara agradável... De quem deseja compartilhar os seus achados! Disse-lhe animada: “Entre, só vou me trocar”. Ela sorriu e deu bom dia num Tom Jobim desajeitado: “podem me chamar e...” depois sorriu. Fui e voltei num zás de segundo! Troquei de roupa. Depois tomamos um café (sem precedentes de tão desejado!) E o dia abrindo seus dentes bem escovados! Ela contando casos engraçados: eu sorrindo feito um bebê todo amado. Escancarei a janela da cozinha (lugar dos encontros mais sagrados). Arrumei casa, passei flanela onde se deve, limpei e lavei banheiro numa cantoria desacertada. Minha amiga ficou “vibrando” de lá do quarto! “Que bom que você está feliz! Te encontro mais tarde, às três?” Respondi agoniada: “Não me deixe!” Ela disse: “Como? Se estou em sua alma!” Solineide Maria

Para Manoel de Barros

Imagem
"POESIA é você colocar uma imagem na vista do leitor".  Armar uma rede salva-vidas...  Escancarar a porta de saída (por vezes tão estreita...)  Poesia é salvar-se.  É entender sem mesmo ser Dr.,  nem Mestre...  Nem nada... Solineide Maria

Uma quase ode à Jaca!

Venha suculenta em minha casa,  quero lhe cheirar desde a chegada.  Sentir a sua doce companhia...  Quero ser para você a boca aberta,  a mão com pressa,  o sorriso em festa...  Vem me refazer  com sua cor,  seu sabor,  sua atitude de me dar alegria aos bagos!  A casca enfeitada de quase espinhos,  quase feia... Mas cheia de amor! Solineide Maria

O Papa é pobre... O novo Papa é Francisco

Minha mãe acorda todos os dias, religiosamente, cinco horas da manhã. Reza três terços, depois vai fazer café, ferver leite, esquentar pão, varrer o passeio, o da vizinha, depois a rua... Recolhe tudo e entra para seu "rico" desjejum: um pedaço de pão e café puro.  Minha mãe acordou hoje antes das cinco: rezou os seus terços na sala. Arrumou-se e fez o café. Depois sentou-se para assistir a Missa do novo Papa.  Estava na cama, ainda, hoje é feriado de São José. Gosto demais da história dessa criatura: amou Maria mesmo sem entender direito o que sentia... Era AMOR sim. Amar sem querer explicações prolongadas, sem meter-se na intimidade do outro, em seus segredos, suas escolhas... Depois amou Jesus, um ser espiritual que lhe chegava às mãos MUITO mais elevado espiritualmente. Um sábio tão "menino"...  José é um nome lindo! É o nome do poema emblemático de Drummond, é o nome do "povo brasileiro"! Poderíamos chamar o Brasil de Zé Brasil!  O Papa lemb

Pausa (da palavra) para um café...

Essa tarde vazia é muito cheia. Tem mensagens que não canso de ouvir... A palavra quieta... Esperando minhas mãos? Nem de perto e nem de longe me sorri. Está séria a palavra.  Olha-me sem riso. Aproximo-me e ela pede um tempo. Tomo banho. Olho a esquina, Volto logo. Ela ainda descansa. Não quer ser escrita. Pede que me aquiete. Fico meio vexada,  queria desabafar minhas andanças da semana, das noites de insônia. Do pouco que entendo... Das quase vitórias despontando... Da solidão imensa, mesmo entre muitos na dança da vida humana. Ela riu. Pediu-me um café e esclareceu: Às vezes é melhor escrever nada. Nada de nada... Às vezes é melhor silenciar. Maturar as ideias, fechar os olhos... Tomar um café... Solineide Maria (agorinha)

Para Simone

Olha Simone como o dia é bonito! Abre as asinhas feito passarinhos que saem pela primeira vez dos seus recantos. Parece uma flor que nada sabe, além de oferecer doce amizade em forma de perfume e de beleza! É um presente Divino a Natureza, a árvore cercada pelas rosas, a mão da menininha de uniforme atada no vestido da mamãe... O sono do menino noutro colo maternal, a voz da vida abrindo novo dia nova oportunidade matinal. Para Simone Paulino

O Cansaço

Não vou mentir. O cansaço me esperou na cadeira do quarto (que pede arrumação e móveis para guardar livros e sapatos). Constato meu pescoço dolorido e as pernas, parecem imensas, de tão pesadas (tenho 1.54...). O cansaço me olhou e riu como só os patifes conseguem. Disse que estava me esperando. Eu imaginava que o cansaço fosse feio, cinza, esquelético ou MUITO abatido... Nada disso... Ele tem uma aparência de galã. E suas roupas são alvas e lisas e bonitas... Perguntou-me com ironia: dormiu bem? E soltou uma gargalhada que até agora me irrita. Depois sumiu pela janela da sala. Mas continuou em minhas pernas, ombros e um pouquinho o sinto, na alma...  Solineide Maria

O Papa parou. Por que não posso parar?

Pois... Se até o Papa pediu para parar... Por que eu, que não tenho poder nenhum, "vestido nobre" nenhum, avião que me leve pra longe nenhum, carro blindado nenhum, cadeira banhada a ouro nenhuma. Por que não posso? Eu, ... que apenas arranho a língua portuguesa e acho que entendo quando falam em língua espanhola... (Ele... Dizem... Sabe mais de cinco idiomas). Acho que não paro, nem peço para parar, porque não teria aquela "casinha" recôndita, lindinha, "silenciosinha"... Para ficar... Solineide Maria

NUDEZ

Hoje estou nua. Sem palavra que mate a sede, a fome, o calor, o frio. Poema para hoje Estou nua... Sem palavras que adornem, ... enfeitem, acariciem, animem minha fundamentação não teórica da vida. Insisto por vários motivos: pagar contas que adquiro, que adquiri e que não adquiri nesta vida... Insisto por ter parido... Por ter amado ou confundido... Nua. NUA! Estou nuíssima! Sem palavras que valham a pena serem usadas... Queria ter seis anos vestir aquele vestido amarelo, ir para a Missa com minha mãe... Achava tão bonito o cálice, os panos da mesa, as palavras... Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe. Podia sentir a mão de Cristo segurando a minha. Minha mãe não via, ela conversava com tia Catarina. Ela não ouvia que eu perguntava para Ele: "como é que você aguenta essa coroa de espinhos"... Ele não respondia nada... Seguia caminhando segurando minha mão. Estou nua... nua... nua... nua... nua... Queria segurar na mão de Dele novo