Postagens

Mostrando postagens de 2012

LEIA MAIS DRUMMOND EM 2013!

No livro Alguma Poesia do meu eterno amor Drummond, há um poema que reflete sobre isso de dizer que o ano passou...  O tempo, que em mim é uma "angústia", também era objeto de pesquisa frequente nos poemas desse mineiro poeta! O nome do poema é "O ano passado".  Dedico este poema aos meus amigos como elemento de reflexão.  Tudo acontece numa frequência que não se interrompe. Tudo vai e vem numa constância que não se desequilibra ou corta...  TUDO É.  Talvez por isso se diga que "Deus não passa". Lógico! Ele Está! Deus É!  Santo Agostinho disse sobre o assunto - muito mais consistente do que essa que vos escreve - em seu livro "Confissões" (sugiro apreciação e leitura). Em verdade, a mudança está cá: dentro de nós!  O próprio Drummond responde este seu poema (O ano passado) com seu poema "Receita de Ano Novo": "É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre." Feliz Ano Novo!  Solineide Maria

Estou minguante

Imagem
Estou numa fase de cansaços. Talvez esteja na fase minguante de mim. Devo estar a crescer por dentro, nem mesmo eu, tenho acesso aos avanços. Está tudo do lado interior (de mim ) no momento. É lá que os plantios crescem, pe nsam , tomam intenção de árvore, de planta... É isso! Estou minguante. Deve ser por isso as dores de cabeça constantes, já que o médico disse: "é cansaço minha filha..." Disse e bradou: "o próximo!"... E deve ser por isso que o coração está frouxo, balança com tudo: cena de novela, cena de filme, nenhuma cena. Estou numa fase "baixo-ventre"... Deve ser por isso que durmo mal dias e dias. Deve ser por isso a sede con stante . Já que estou a crescer por dentro, a irrigação pede mais. Deve ser por isso os sonhos com pessoas que gostam de plantar. Ontem mesmo,  sonhei com o jardineiro "Bigode". Sinto uma vontade imensa de parar, ao mesmo tempo de seguir: romper, como fazem os cipós... Saem

TECNOLOGIA COM EDUCAÇÃO!!!

Fórum em Pós Graduação EAD onde sou aluna. Expresse sua opnião sobre o tema: " Tecnologias na educação". Li as argumentações dos colegas e todas carregam notórias e tristes verdades.  As notórias se situam no plano das "utopias". Existe muita "fala" e pouca ação...  O Governo (no caso das escolas públicas) "fala que faze isso e aquilo" e até faz: manda not e net books... mas não colabora de maneira "adequada" com a Formação Continuada do professor... Por isso, vários equipamentos acabam virando fendas sem função importante na Educação.  No caso das escolas particulares, o excesso de "tecnologia" afasta o afeto... Além de haver cobrança quase inumana para que o educador dê conta dos planos, planejamentos, pesquisas, aulas propriamente ditas (nas salas) e uso das novas tecnologias.  Minha mãe, que estudou até a terceira série do Fundamental I de hoje - costuma lançar a assertiva: "tudo demais são sobras&q

Oração para não ser carne

Juro que não quero Senhor, ser um pedaço de carne para qualquer um. Uma taça de vinho e pão e luz para uma noite qualquer.  Juro que não desejo mais d a pouca nitidez de palavras que não ficam.  Dessas palavras que a gente se esforça em rememorar.  Prefiro a Tua voz a me dizer que fique e descanse no Teu ombro a falta de coragem.  Depois, deixa que Te faça um peixe ao azeite, deixe que Te sirva água, depois Decidirás se será vinho ou não.  Depois eu quero Teu pão que me alimenta muito mais.  Solineide Maria – do Livro de Orações da Mulher (em edição)

Cadê?

É denso sim. .. Às vezes me apavoram as coisas que pensava antes,  leves ... Levando embora alguns conceitos.  Mas se vão, pois que vaiam ! (rs) É na incerteza que o poeta vive: do peso de um amor que não dá certo  é que os poemas melhores acontecem...  Mas também, o que é dar certo ou errado?  Meta a Metafísica nisso e pronto: tudo de outro jeito se apresenta,  a pouca nitidez vai se aclarando ... Mas ter olhos de ver,  coração de escutar,  ouvidos de enxergar:  Cadê? Quem tem? Será?  2010

ORAÇÃO DA MANHÃ (de todos os dias antes de a coragem nascer)

Senhor, quero alisar os cabelos da alegria! Acariciar as mãos finas da paz... Ser feliz sem ansiedades "inventadas". Ajuda-me a ser o que sou, e não o que querem que eu seja... Ajuda-me a amar sem pretensões; a entender que tem gente que vai ficar; tem quem queira ir embora (mas não tem coragem..); tem quem me ame, mas tão mal, que parece ódio... Ajuda-me Senhor nascido na simplicidade de uma estrebaria, ajuda-me a entender de coisas simples, de coisas sem brilho, de coisas que brilham sem ter cor e de minhas supostas "lamparinas" que teimo em manter em luz baixa... Solineide Maria

VERSINHO PARA VALDIRENE BORGES

Queria um dia só meu... Deitar e sonhar de olhos abertos. Tocar o chão e pensar na vida de um modo lógico... Queria ser descansada, serena e leve e bonita... Feito um quadro de Valdirene Borges a pintora da vida.     (SOBRE UMA PINTURA SUA)

Confissões

O cansaço da vida nem tanto, mas me abate a sensação de incapacidade. Chega perto de mim, roça meu cangote... Olho para os lados para ver se alguém viu. Acho que não. Acho que ninguém viu que fquei com medo. A vida me pedindo determinadas decisões, eu pedindo prazo... A maternidade exigindo de mim o que não sei se tenho... Ser mãe é difífil... E solitária então... Mãe solteira, então... Essa minha voz em tom menor semrpe... Queria uma voz de trovão, um corpo de mulata (dessas tipo exportação) queria "uma licença de dormir"... Às vezes qeuria acordar e ouvir qualquer música, ler qualquer coisa, achar tudo ótimo, não reclamar das notícias tendenciosas, ir para praia e tomar cerveja, ser feliz na bobagem... Mas li Drummond e me casei com seu estilo. Mas li João Cabral de Melo Neto e silenciei. Li Cecília Meireles e emudeci. Li Adélia Prado e fiquei sem palavras. Li Clarice Lispector e fiquei em catarse. Li RILKE e não sei mais nada... Fico pensando que deve ser bom chegar, pr

Para Jesus

Meu Reino é simplório, não tem casas com piscina. Não tem garagem com dez carros. Não tem cavalo com crinas bem urdidas. Não tem avião nem helicóptero. Não tem praia particular. Meu Reino é pequeno, cabe num peito que deseje amar e passar. Ele é simplório, como os lírios de Meu Pai... Meu Reino não tem, quase, nada demais. Meu Reino beira a uma choupana, se comparado aos reinos deste Planeta. Mas no meu Reino existem coisas fenomenais: lá dormem juntas a noite clara e a mansa paz. Lá ficam juntas a alegria e a mansuetude. Brincam alegres a disciplina e a cortesia. Lá quem se afasta para servir, volta contente. Quem vem com medo de florescer, cresce em segredo. Almoçam juntas a calma, a tolerância e a paciência. E todos os poetas, de todos os lados declamam versos pelos lugares. Em meu Reino, quem quer servir, é o mais servido; percebe logo que ele é mais, que é Divino... Meu reino é simples, mas é aberto a toda gente: não tem porteiro, não tem por

Outras cogitações sobre o amor...

Será só carne pele e unhas  e cabelos? Será só pernas mãos e costas pés e pelos? Solineide Maria

Pedido para Clarice Lispector

Clarice... toque minhas mãos. Ensina-me teu dicionário de palavras invisíveis... Visíveis, apenas, com os olhos frágeis da alma.

Uma noite com Rilke

Rilke esteve comigo na noite passada. Contou-me em voz muito educada e doce sobre a paz e a dor. Falou-me que estes sentimentos os quais damos acesso, ainda são pequenos... Mas aos poucos evoluímos, mesmo com emoções tão rústicas... Disse que paz não é falta de luta. Disse que na vida, uma batalha boa e sofrida é remédio contra qualquer dor. O poeta alemão me contou também, que o silêncio é a solidão que a alma necessita, para ampliar suas capacidades de lidar com o temor da falta de pão para o espírito. Rilke me lembrou que nada é em vão. E um pouco sorridente asseverou: “da falta de ombro para chorar é que muitas vezes o nosso fica forte e chega um dia a servir de ‘píer’ para os companheiros.” Seu olhar me consolava e, num momento em que saboreava do chá que havia lhe oferecido, acrescentou que nestes mares imensos que se fazem na vida dos que buscam a paz, a dor é companhia que engrandece. Rilke advertiu que o ciúme e a inveja existem. Disse que são frutos do olhar doent

Desejos Natalinos VI

Marta querida... faça-me amiga dessas humildes... Dessas bem calmas... Dessas bem simples... Dessas caladas... Dessas que ficam nos bastidores cuidando das dores e das comidas. Solineide Maria para meu novo livro: Desejos Natalinos.

Desejos Natalinos V

Quero mais calma  como tem a madrugada... Que espera a luz  sob o impacto da alma... Que vela ansiosa a chegada  da alegria... Sorrindo mouca contra qualquer agonia. Solineide Maria Dez. 2012

Desejos Natalinos IV

Para a estrela pedirei mais alegria para os Reis Magos só um pouco de magia para Maria dicas de abnegação ao bom José clamarei por compreensão ao Deus Menino rogarei por Piedade... Pois que bem sei carrego ainda imperfeições  seculares... Solineide Maria de Oliveira

Desejos Natalinos III

Quando chegar a doce data do Deus Menino, vou abraçar minha alegria e bem baixinho direi assim: Ele nasceu de novo! Não esqueça disso durante o Ano! Solineide Maria

Desejos Natalinos II

Queria ver em cada casa a esperança... feito criança sair correndo e entrar na dança! Solineide Maria

DESEJOS NATALINOS

Esperarei o doce beijo da alegria, feito menina que cansou da  apatia!  Quero a paz de abraçar a minha filha como se fosse o próprio Cristo  ressuscitado! Como se fosse Maria Santa útero sacro! Solineide Maria 

Sonhei com Padre Fábio de Melo.

O sonho se resumia em conselhos espirituais, os quais, esse bravo poeta da Igreja e das coisas da vida espiritual, realizou, em particular, para mim. Ele dizia sobre pausas e recomeços. Sobre luz e sombra... Disse que era melhor descansar no Senhor minhas agonias, do que dizê-las aos humanos. Contou que anda meio cansado sobre as perguntas a respeito da beleza estética que ele carrega. Citou alguns trechos do Evangelho Segundo o Espiritismo e riu quando lhe disse que ele combinaria como Espírita. Sua resposta foi bonita: "sou de Deus, já basta não é?" Que sonho bonito... Disse uma poesia linda, que acabei esquecendo... Mas me aconselhou a seguir com a minha. Falou tão bem sobre as perseguições espirituais... Deu-me conselhos para a Maternidade... Asseverou que "filhos são nossas lições mais difíceis, por isso é bom tirar, no mínimo a média" e riu. Falou sobre outras coisas, mas baixaram o volume do áudio do sonho. Sempre me acontece isso...rs Acordei com sensaç

SOBRE AS CRÍTICAS QUE ME ENDEREÇARAM A RESPEITO DA DOAÇÃO DE PRESENTES EM DETERMINADA TAREFA...

um dia a gente vai ter Festa de Natal sem consumismo "em vão"... No entanto, enquanto esse dia não chega, podemos entender que, por ser algo "cultural", levará mais um tempo AINDA. Então, vamos com calma... As crianças (coitadas) já tem problemas demais em aturar pais "tresloucados", egoístas, a falta de água e de ar... pra ficar sem brinquedo. Sou contra esse ritual sem sentido, mas não posso, sozinha , contra isso tudo! Minha filha não recebia presente no Natal. Não, comprados por mim. Sempre entendeu que Natal é uma Festa de Aniversário (simbólica) muito especial. No entanto, não posso cobrar de todas as outras crianças (sobretudo as "pobres de marré-de-si") compreensão exemplar sobre este tema. Vamos semear... Semeando... podemos colher. Críticas, tão somente críticas, não realizam tarefa nenhuma... Solineide Maria

PERGUNTAS DIFÍCEIS...

O que fala uma página em branco quando está calada?  Branco!  Branco total!  Falaria da solidão de um Dia de Finados:  pai e mãe, filho e irmão, mortos?  O que diz  a agonia da folha em branco  quando não se atreve a nada?  Nenhuma palavra!!!!  Nenhuma reticência!!!  Fala coisas que só se ouve  com os ouvidos moucos do amor?  Com os ouvidos loucos da paixão?  Com os ouvidos indiferentes da solidão? Com os ouvidos surdos da tristeza? Solineide Maria Para Lucas (designer gráfico e amigo) que me fez algumas perguntas parecidas com as do poema, numa manhã, quando chegava para trabalhar.

Leitura e Escrita (dois caminhos infinitos)

lerescreverlerescreverlerescreverVERescreverSERescrever!

NATAL

Imagem
Neste Natal, comemore o Nascimento de Jesus Cristo. Solineide Maria de Oliveira

Poema não escrito

Um poema quer ser escrito, mas a "poeta" está longe... pensando nos problemas de agora, lembrando dias calmos. Ele senta e toca na mão da poetisa: mãos macias, maternais, musicais. Mas a cabeça do instrumento não retorna aos campos líricos da criação poética. Ela está presa ao mundo visível, está atada ao que é fixo, sofre a inexatidão do que é palpável. O máximo de metafísico que consegue é organizar algumas ideias para o dia seguinte... O poema lhe beija a fronte e retorna para o ar. Solineide Maria

Centésima Confissão

Sei que o material que tenho é frágil,  mas com Teu toque  pode ficar firme  pode ser melhor,  pode seguir e, até,  servir.  Pode ser que eu seja vaidosa ou  pueril,  pensando que sou alguma coisa... qual nada...  Sei que não passo "de menos que um cisco", mas quero estar presente aonde Fores  porque sem Tua presença  a minha desespera...  Torna-se inútil existência,  torna-se atalho que leva  a lugar algum. Solineide Maria

Poema para Valdirene Borges

Quando Valdirene nasceu,  um anjo alegre e melancólico,  desses que vivem em todos os lugares disse:  Vai, Valdirene ser cor, luz, sombra e vida. Solineide Maria
Só a poesia alcança o lábio da esperança! Solineide Maria de Oliveira

SANTA TERESA EM SONHO...

Sonhei com Santa Teresa.  Dizia assim para mim:  a poesia não tem medo de morrer,  ela sabe que a vida é só o começo.  Olhei rápido para ela,  mas já não estava ali...  Fiquei me olhando no espelho,  fiquei com os olhos vermelhos,  o relógio despertou  e eu já estava sentada.  Solineide Maria de Oliveira

Receita para o uso das palavras

Então... se for usar as palavras,  que elas sejam recheadas de sentimentos.  Solineide Maria

PADARIA I (para Fernando Pessoa)

Não sou nada  não quero ser nada.  Se um dia chegar a ser eu mesma  já está muito bom. Solineide Maria

De ser PEQUENO e de ser GRANDE

 Uma formiga muito pequenina, dessas que anda na pele das plantas, por cima da mesa, catando farelinhos de pão, viajou para a floresta para passear. Ficou por uns dias na casa da tia que se chamava D. Formigona.  Na verdade, D. Formigona era muito pequenina, feito a formiguinha pequenina, mas era tão poderosa sua mordida, que logo inchava o local onde ela dava sua dentada. E tem outra coisa: D. Formigona era muito autoconfiante ,  quarentonizada  e se dava muito valor. Sempre aconselhava a formiguinha pequena e tristonha que devia se animar, pois ela era uma Criação Divina, quer melhor que isso? Sempre a assegurava. Porém, não tinha jeito, a formiguinha não se entendia com o seu tamanho e com sua força reduzida e com suas dificuldades pela terra. Grandes pedras para escalar, altas folhagens para vencer...  Eis que num dos seus passeios pela floresta, a formiguinha encontrou um velho leão, descansando em suas terras. Tomou coragem e foi até ele. Aquele animal enorme, com grandes j
Vou dormir...  A manhã,  quero acordar. Solineide Maria

PARA JESUS! O NATAL QUE NOVAMENTE SE ANUNCIA!

Imagem
  Jesus: desculpa-me essa roupa assim puída... e essas mãos cansadas de quase nada, essa sala embrulhada em medo e inglória por tantos sonhos meus amarelados. Sei bem que esta que vos escreve, deveria ter melhor cadeira  para ofertar-lhe, mas olha... Senta aqui nesse banquinho, concebido por meu pai que foi carpina, era assim que o chamavam  na empresa... Toma esse café forte e cheiroso, foi minha mãe Menino do meu peito, que preparou cedinho,  antes de sair para o Posto pedir uma Consulta... Faz meses que estamos dividindo essa quase impossível empreitada... Por que me fitas tanto  e em tanto silêncio? Ai desculpe,  deve ser por causa desse pão... Hoje em dia os pães são só fermento... Desculpas é o que mais tenho ofertado, mas olha, meu coração não faz teatro. Acolhe minha família em Suas mãos: tem um cunhado meu,  é professor... vive aturdido em meio às cobranças... Oh Senhor, deixa que ele experimente maio

Senhor, receba por enquanto apenas esta prece...

Ainda não sou gentil,  não tanto quanto gostaria...  Ainda elevo a voz,  ainda eriço a testa,  não calo, calo, calo.  Ainda não sei não dizer.  Ainda não sei usar as palavras certas...  Os vocábulos me traem...  No entanto Senhor,  Tu que sabes que lá no fundo  guardo o melhor de mim:  o vestido mais bonito  (embora puído),  a sandália mais simples e confortável  (ainda que gasta),  o anel mais polido  (apesar de latão inútil).  Abraça-me apertado  quando observardes que  estou prestes a desistir  do melhor que há em mim.

Reencontro

Hoje a luz me revisitou:  escancarou as janelas,  abriu a porta  (para que eu colocasse o lixo na rua).  Fez café e me desejou bom dia  (quando fui para o Colégio...). Da esquina dava pra ver seus cabelinhos ruivos,  com luzes nas pontas,  acenando com aquelas mãos  cor de azul-infinito. Solineide Maria de Oliveira

Aqui

Não se distancie demais posso perder tua face. Fique por perto... Não saia sem avisar. Não esqueça de dizer que está na sacada: ando muito esquecida, posso desesperar... Fique aqui, aqui, bem aqui: dentro de mim. Solineide Maria
AGORA: eis o momento exato para viver feliz de fato. Solineide Maria

AMIGÃO

Um cachorro sujo e velho parou perto de mim. Olhou-me.  Parecia que falava sem palavras: olha só que situação a minha... Meu primeiro pensamento foi o de sair de perto dele, afinal, estava limpa (será?) e meu destino era o de uma entrevista para emprego. Já pensou, chegar fétida e com semblante melancólico? Tinha de chegar lá, com ar de quem vira um passarinho colorido: cheia de vitalidade e disposição para crer que “todos somos iguais perante as oportunidades”...  Não sei bem o que me fez ficar ali parada perto daquele ser que, ao que parecia, esperava a morte. Doente e velho, cansado e só. Sua vida tinha sido boa antes da doença, pois portava uma coleira onde se podia ler: AMIGÃO. Era seu nome?  As letras eram bonitas, caracteres que pareciam esboçados para ele. Estrelas rodeavam o nome e, no final, tinha uma frase em letras menores dentro de um pequeno coração que dizia: para sempre. Quando li o nome e fiz a investigação do resto da coleira, quedei-me triste e sorumbática.

Compreendi...

A prova objetiva  tem o objetivo  de debilitar seu objetivo. Para Marise Limeira (companheira de provas objetivas...rs)

O POETA JESUS

Ele me olhou com olhos de amor, abraçando minhas mãos titubeantes. Fez um sinal que queria entrar, em minha casa simples, desordenada, pequena. Ofereci um copo d'água, vinha suado, o sol estava de "rachar". Ele sorriu... Talvez pensando assim: "que pretensão"... Fiquei vexada, afinal, o que dizer, o que, para Ele, poderia ofertar? Depois de um breve silêncio Ele me olhou, e perguntou com voz de algodão: - Soli, qual é seu medo? Por que demoras tanto em sua decisão? Carregue-se de suas obrigações,  segue minha filha, não olhes para trás. Gente... Morri eu acho. Melhor, desencarnei. Quando acordei senti uma alegria, que somente os menestréis explicam. Havia sonhado com O POETA JESUS. Dedico à Virgínia Araújo - irmã que reencontrei no CECC . Solineide Maria de Oliveira

Pedido ao novo Prefeito de Itabuna

Peço a Deus que não ocorram: ameaças aos funcionários  concursados, "sumiço" de verbas, preconceito religioso (ou nenhum outro). A cidade necessita crescer. Que as ruas sejam "abraçadas" pelos olhos vivos da Segurança Pública, que as mães não continuem  amedrontadas... A cidade precisa respirar. Que a Cultura volte a sorrir (há muito ela anda cabisbaixa). Que o Rio seja rememorado... Não desfaça dos mil e poucos votos que lhe asseguraram ser Prefeito. A cidade tem pressa em ser grande. Não despreze aqueles que não lhe cederam crença. Seja justo e honre as promessas, sobretudo àquelas que foram proferidas em nome de Deus... Não professo da sua Religião, mas seu Deus é o mesmo Deus  no qual creio; e à Ele solicito em minha prece, que abençoe sua administração nestes quatro anos em que Itabuna (minha cidade sofrida), estará fisicamente em suas mãos. Solineide Maria de Oliveira

Oração pessoal...

Fica comigo quando a manhã rompe   e durante todo o dia. Quando ficar triste e quando chegar  alguma alegria. Quando os que estão ao meu lado forem sinceros e quando faltarem com a verdade... Fica comigo e alivia minha falta de amor  pelos que mentem simpatia... Fica, Senhor, comigo quando crer no homem que faz política. E quando minha descrença pelos políticos desta  Cidade, deste Estado, deste País aflito de pobres, de gentes que não dão certo por falta de anistia, for maior do que minha harmonia. Fica comigo mesmo que minha pouca fé Lhe silencie... Fica comigo quando esteja com alguém e quando a solidão for minha companhia. Fica comigo quando alguma indecisão me angustia. Quando temer o futuro, quando minha colega de trabalho me repudia ... Quando pensar que posso adoecer  de melancolia. Quando faltar luz nas frestas  dos meus dias. Quando me dizem a verdade  e quando me tripudiam. Fica comigo agora nessa rua

JARDINEIROS INFIÉIS...

Onde estão as rosas que colhi na manhã de ontem?  Não cuidei bem delas... feneceram rápido. No primeiro ato de intolerância...  Na impaciência.  Na voz áspera. Por que se perde o vigor com tanta pressa? Por que nossas rosas são tão efêmeras? Por que será que cuidamos tão mal dos nossos jardins internos... Logo eles que não são suscetíveis às estações do ano?.. Solineide Maria de Oliveira

Caminho para a simplicidade

Ficaram para trás as coisas que prestavam. Agora... Agora nada. Nada mais será igual, nenhuma novidade há nisso. Mas há.  Há a novidade de não ser como antes, porque é um antes diferente de outros antes.  Tudo isso, mesclado ao som horroroso que entra pela janela da sala, são motivos suficientes para desistir de tudo. Talvez escrever...  Isso! Eis a ferramenta de me jogar pela janela “adentro” de mim! E voltar de lá mais fácil, porque o mundo já está farto de complicações... Solineide Maria de Oliveira PARA CECÍLIA E CLARICE 

Canção sem palavras...

Nenhuma delas me toca. Nenhuma sua alegria. Nenhuma sua alma boa Nenhuma... Ai meu amado, minha amada, Amor meu... Nenhuma delas conserta  meu pescoço... Nenhuma... Só mesmo essa canção sem palavras faz algo em mim tão divino... Para Fabrício  (meu amigo pianista rebelde).

Nossa Senhora dos farrapos humanos?

Deve ter uma Santa para aqueles dias em que estamos um "farrapo humano"... Dias quando acordamos cansadas(os) de tudo e de nada... Essa Santa deve ter assim uma cara boa... Dessas que aparecem nas melhores revistas de moda... Ela deve ser super corada, deve ter olhos ativos... Deve passar aquela atitude só na pose ne? Se tal anjo existir, peço encarecidamente que me guie durante essa semana... Porque não sei onde foi parar meu dedão do pé. Meu melhor perfil para foto... Minha intenção de atingir a próxima sexta-feira.

Oração para a simplicidade

Senhor,  ajuda-me a me ver livre de mim...  Das minhas preferências (inclusive de amigos). , Ajuda-me a calar,  calar,  calar,  até virar um jarro mudo,  cuja única utilidade  seja a de servir de abrigo  para rosas brancas e belas.  Solineide Maria de Oliveira
Uma palavra apenas Que des diga; você tem? Empresta-me?... Solineide Maria

Metal contra as nuvens...

Não quero ser seu soldado: matar, morrer, tudo em vão. Não quero crer no que crê, não me chame de irmão. Não quero amar  desse jeito... Amor não seria isso. Tamanho desequilíbrio só rima com servidão. Não me prometa mais nada, você não vale um tostão... Vá e mate, morra, suma. Não conte  comigo não. Para Renato Russo. Se você soubesse o que andam fazendo por esses dias aqui no Planeta...

O velho novo homem de maus hábitos...

O velho hábito, costume desgraçado! Não abandona o homem novo renascido... Volta e meia  chega perto, faz companhia. Hábito sujo, feio, pouco e sem charme. Por que o homem não renasce todo dia? Por que não lembra de antes só o que brilhava? Destinação louca do homem: ser novo em folha... amassada... Solineide Maria

Mais uma leitura humilde de uma canção do Renato (Russo)

Para Regina (sobrinha) Metal contra as nuvens seria um a viagem em busca da Terra Prometida? Uma visão de quando se davam As Cruzadas? Um filme épico? Um filme chinês, com direito a espadas e dragões? Todas as alternativas?  Uma coisa é certa: uma composição poética de alto galardão.  A referida composição sempre me pareceu emblemática demais, por alguns sentidos dos quais consigo impetrar. O poeta libera um desabafo, que parece estar por muito tempo camuflado, ou há muito esquecido, quando diz:  Não sou escravo de ninguém Ninguém senhor do meu destino.  Mas para quem brada sua voz? Quem seria o interlocutor do seu protesto? Os céus? Deus? Os deuses? Todas as alternativas? Nenhuma delas?  Estaria o vate, gritando abandonado num cenário devastado por determinada luta? E sobre quais dias desleais o poeta estaria se referindo? Seriam muitas as escolhas sobre esses “dias desleais”, mas p arece que As Cruzadas combinariam com o cenário apresentado: as léguas anda