NATAL (hora de comprar)
Meu Deus, o Natal de novo se anuncia. Na verdade, as compras encabeçam a lembrança de tão doce confraria. Insisto em crer que tudo faz sentido. Que um vestido novo, tem lá o seu brilho. Insisto em acreditar que a fartura que aparece na mesa, em meu lar, não é afronta aos meus irmão famintos... Tento firmemente convencer-me, que a doce mão que me abraça no Natal, não me faltará no Ano Novo... Sabe Senhor, permito-me esquecer que há muito tempo o Natal é bolinha brilhante onde nosso reflexo não queremos ver. Tento esquecer que os enfeites não adornam a mentira, a vileza, a avareza. Não enfeitam um coração tristonho, nem a mais terrível falta de gentileza. Quero crer que ao menos por um dia, os homens sejam dignos de paz e Poesia. Perdoe-me meu Deus por minha prece, que é bem pouca, pueril e pobre, mas suplico mesmo assim o Vosso olhar. Dez. 2010