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Mostrando postagens de 2011

O Ano Novo não é novo... Mas pode ser.

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O Ano Novo não é novo. Muda-se a data no calendário, mas as mudanças são dentro em nós. O Ano Novo marca uma etapa, mas é entre nós, intimamente, que as coisas mudam. Tudo é conosco. A roupa nova, o cinto, o sapato, as sandálias... São artefatos exteriores. A mudança é na alma... É de dentro para fora que a viagem inicia. A nova viagem anual, o velho novo recomeço... O Ano Novo é um sarau. Brindar é tradição, sorrir, dançar... Mudar é pessoal. FELIZ MUDANÇAS! Se forem necessárias. Mas sempre é bom mudar. Afinal, "todo tempo tem mdança"e quem não muda, morre e não chega a progredir. Dedico este poeminha à Carlos Drummond de Andrade. O poeta de minha vida.  Drummond me presenteou com a insipração para meu TCC em Literatura. Um dia vou publicá-la. E certamente, meu Deus e Mentores me ajudarão a continuar em Drummond: no Mestrado, Doutorado, Phd... Por enquanto, leio Drummond! Deito e acordo com ele, tomoo café e s

E-mail para Bete

Nem te conto Bete... Ontem, a realidade bateu em minha porta, rindo de minha cara. E falou repetidamente: _ Eu te avisei... Ria escandalosamente e repetia: _ Eu te avisei! Falou que viu o moço numa praia, bebendo com alguns amigos... Declamando bobagens e ideologias sem cabimento. Fiquei sem jeito sabe Bete. Sentei na cadeira e fitei aquela criatura naquela crise de risos. Não tinha como ponderar. Depois que ela percebeu minha quietude, pediu desculpa, mas insistiu em dizer que havia me alertado. Ofereci-lhe uma água, um café, o resto da ceia de Natal. Ela aceitou. Almoçamos em silêncio entrecortado pelos pedidos de passa a salada, passa o peru, me dá a farofa. _ Tem pimenta? Perguntou-me a dona da razão, respondi negativamente. Após o almoço, tomei o café de sempre. Ela não aceitou café, preferiu o resto de pavê. Elogiou a textura, o sabor... Estava sem graça e perguntou o que iria fazer dali em diante? Disse-lhe que não havia nada a fazer a não ser seguir. Dessa vez

Prece ao Menino Jesus

Escuta-me Senhor nascido entre os bichos, a prece simples que endereço-Te nesta hora. Abraça-me e conduz minha jornada, perdoa-me os retrocessos de outrora. Assim, Criança ainda,  toca em meu peito esgotado... Faz com que olvide de mim,  para viver ao Teu lado. Quero lavar-me em Teus panos de bebê, aproveitar a água usada no Teu banho. Limpar meu corpo, renovando a esperança de ter na alma, menos perda e mais ganho. Perdoa-me a demora para o trabalho, que amplia os horizontes de minha vida. Recebe minha visita arrependida junto ao Teu berço feito de palha ressequida. Reforça-me a vontade na servidão, fazendo-me uma operária abnegada. Conceda-me ouvir Teu sono, Filho de Maria devotada. Deixa-me tocar Teus pés,  Jesus Menino... Para reascender a estrela do meu destino. Dedico este poema aos amados médicos espirituais: Dr. Claudionor de Carvalho e Dr. Alenon. À toda Equipe Espiritual e aos irmãos (encarnados) voluntários do CECC.  Especialmente à irmã Raim
Era uma vez um frei... Salvou-me da desistência de mim para comigo. Andava triste por ter feito uma escolha precipitada  (pensava), além de incomodar diariamente minha irmã Sirlene, com chorumelas e queixumes, também ia ter com este religioso. Seu acolhimento paciente e recheado de poesia - muita poesia - alegrava minha alma, naquela etapa, cansada. Foi Sirlene quem me indicou, quando disse assim: “Por que você não vai conversar com Frei Edilson? Ele é ótimo orientador”. No primeiro encontro já percebi a diferença daquele sacerdote que se confessou fã de Adélia Prado e Fernando Pessoa. Dentre tantos outros poetas e escritores. Começamos então, uma amizade literária. Eu, que me preparava solitariamente para o vestibular, na intenção de dar uma guinada em minha vida trabalhista, levava para ele minha canseira. Com jeito de artista, aquela criatura iluminada, fazia da argila que levava na cabeça, lindos arranjos para enfeitar a estante da sala
Tem um lugar em mim, que vive em Balanço. Chama-se alma...

Um parafuso é um prego triste

Um parafuso é um prego triste. Só fica no lugar se a bucha ajudar, se a furadeira abrir caminho, se... Um prego recebe a pancada e aguenta. Quando não, aceita a morte sem culpa. Depois volta a ser prego na reciclagm. Um parafuso, se não der certo na vida, é muito chato... Para minha amiga e escritora Simone Paulino, no sentido de explicar minha afeição aos pregos.

Senti uma força entrando em mim! (Sobre coragem, amizade e o que realmente vale a pena)

Não há palavra que descreva a falta de jeito que experimentei  ao comentar com uma amiga (que não via há meses) sobre seu novo corte. Disse assim:   "Seu cabelo está perfeito"! Em seguida,  animadíssima, lhe dei um abraço. Ela, com olhos marejados, perguntou-me:   "Soli, você não soube"?   Um pouco sem graça, respondi indagando:   "Soube do quê? Então veio a bomba:  " Tive que tirar uma mama... Estou usando peruca, o cabelo ainda não cresceu..." Foi aí que parei. Não disse palavra. Ela  começou a resumir sua jornada para terminar o Curso de Filosofia e dar conta de casa, trabalho, marido, filhas e filho adotivo (1 ano e dois meses). Como viu que me encontrava muito atônita e emocionada, consolou-me com voz doce: "Agora está tudo bem" e me abraçou.  Não pude nem respirar... Chorei discretamente enquanto retribuí aquele abraço cheio de afeto e vitória.  É impressionante como naquele momento não consegui maiores enunci

Concepção do verso

Para se escrever um verso é preciso ter vivido, ter falado, ter sentido. Para se escrever um verso, é preciso abrir e fechar portas e janelas, acordar e ir dormir inúmeras vezes. E é preciso não escrevê-lo logo. A impaciência afugenta ideias, ideais, companhias, companheiros, homens covardes e valentes. É preciso, para se escrever um verso, detrminado tempo. Porque os versos são feitos de matérias muito sensíveis. E qualquer movimento apressado pode por tudo a perder. Para se escrever um verso, antes de mais nada, é preciso senti-lo nascer. 12/2011 13:03 Solineide Maria de Oliveira Para Rainer Maria Rilke

A infância é a melhor idade

É injusto crescer. Porque quando eu era criança, um chapéu de soldado, feito com jornal velho, já me trazia alegria. Hoje nem sei ao certo o sentido dessa palavra... Emoção? É injusto crescer. Porque quando estou farto, estou triste e só, muitas vezes, a totalidade não conforta. 25/08/2010

QUANDO OS AMIGOS SE AFASTAM

Quando os amigos se afastam,  fica um vazio na sala, no quarto e na cozinha de nossa alma. Fica uma falta no peito de paz de amor  e de pão. Fica uma carta antiga, que nunca chega a estar pronta, para envio. Quando os amigos se afastam, fica uma flor perdida num copo solitário sem cheiro, sem cor, sem chão. Para Neide e Camila

AGILDO SANTOS SILVA DE OLIVEIRA - NOVO MESTRANDO EM LINGUÍSTICA NA UESC

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Surgir do nada uma alegria: pura fantasia...
O que fazer quando existe apenas uma opção e total falta de identidade com esta?

NATAL (hora de comprar)

Meu Deus, o Natal de novo se anuncia. Na verdade, as compras encabeçam a lembrança de tão doce confraria. Insisto em crer que tudo faz sentido. Que um vestido novo, tem lá o seu brilho. Insisto em acreditar que a fartura que aparece na mesa, em meu lar, não é afronta aos meus irmão famintos... Tento firmemente convencer-me, que a doce mão que me abraça no Natal, não me faltará no Ano Novo... Sabe Senhor, permito-me esquecer que há muito tempo o Natal é bolinha brilhante onde nosso reflexo não queremos ver. Tento esquecer que os enfeites não adornam a mentira, a vileza, a avareza. Não enfeitam um coração tristonho, nem a mais terrível falta de gentileza. Quero crer que ao menos por um dia, os homens sejam dignos de paz e Poesia. Perdoe-me meu Deus por minha prece, que é bem pouca, pueril e pobre, mas suplico mesmo assim o Vosso olhar. Dez. 2010

PRECE (POR CAUSA DE UM POEMA)

“esta fome de tão pouco me confunde”. Velai por mim Nossa Senhora do Bom Costume. “esta fome de tão pouco me confunde”. Amparai-me Nossa Senhora da Boa Esp-Era! “esta fome de tão pouco me confunde”. Rogai por mim Santa Maria dos Acordados... “esta fome de tão pouco me confunde”. Livrai-me de todo o mal doce São Francisco dos desarmados... Para Genny Xavier   (minha eterna Professora Regente) Este verso: “esta fome de tão pouco me confunde”, adorna um poema da poetisa Genny Xavier.  O enderço do Blog da autora é: http://badeguardados.blogspot.com/

MONOTONIA

Está chovendo. O café não resolve o frio. As notícias são as piores. Todos estão corrompidos, parece. Onde é a saída daqui? Diz... Onde é a saída para onde esteja a paz, a poesia? Está chovendo. E nada aquece... Nem café, nem cobertor, nem música, nem Literatura. Nenhuma coisa que aquece (hoje) me aquece...

Deve ser bom ser freira

Lavar batina todo dia, enxugar o chão e coar café. Deve ser bom fazer isso tudo por amor a Deus.  E deve ser bom não se irritar com filhos, mas se doar aos meninos que chegam à creche. Amparar e cuidar.  Dizem que freira é tudo nervosa, porque elas não fazem um monte de coisa que uma mulher comum faz. Será?  Elas não cuidam do marido que acorda de mau humor... Não levam os meninos à escola... Não labutam com “a outra” nossa de cada dia... Não deve ser... Acho que as freiras são felizes... Porque Deus não trai, Jesus é fidelíssimo e Nossa Senhora abençoa Amém. Este texto foi em resposta à uma amiga que afirmou que ser freira é estar perto de Deus. Discutimos sobre o assunto - leigamente - claro.  Fiquei com a conversa na cabeça... Depois de escrito, descobri que uma freira faz muito mais do que o exposto, a partir de informações de uma amiga de minha amiga.  Respeito as freiras, padres e todos aqueles que buscam sua maneira d

PARA MACABÉA

A noite estava perfeita, tinha até fogueira... Ao longe, o som de alguma lembrança quase esquecida, avisando que já eram trinta e dois. Eram férias. Trinta e dois dias de alegria colorida, com as recordações das ruas tão familiares. Trinta e dois anos... Muito perto do coração selvagem , umas dúvidas pesadas e cansadas afastavam o sono perfeito. Dentro da casa uma mesa rica, com comidas bem típicas, a Bahia tem um jeito... Certas pessoas do passado telefonando, para dizer não sei bem o quê, mas para dizer. A noite gerando uma animação pós tristeza, mas a tristeza incide. O sintoma mais forte da falta de coragem é a saudade incessante dos que se foram, dos que sumiram, do que não deu certo, das coisas que não aconteceram do passado. E no canto, o vazio incômodo da certeza que nunca chegava. Nunca chega. Afastados de mim, todos os melhores sentimentos... O caldeirão da vontade borbulhando, louco, insano por alguma realidade

ADEUS

Adeus, não se diz outra coisa para quem nunca quer ficar. Adeus, só se poder dizer isso quando não se sabe ficar. Adeus, afinal - eis a única palavra que realmente vivemos dizendo uns aos outros. Solineide Maria

PARA QUE SERVE DIZER A VERDADE? (Para Rafaela)

Escrevi uma carta pra você: Rasguei. Menti tanto... Disse que estava tudo bem Sei... Inventei que durmo direito e que o sono está ótimo. Disse que saio pra passear  quase todo domingo. Rasguei... Escrevi um e-mail pra você: Apaguei. Disse tanta besteira, Tanta asneira, Tanta tonteira... Não enviei... Deletei. Não deveria mentir então, voltei a lhe escrever. Dessa vez, um poema sincero Sem rima nenhuma, Sem mistério, Sem arte moderna, nem clássica nas entrelinhas dos versos Que nem são versos... São frases dialógicas. Escrevi um enunciado diferente: deixei em cima da mesa. Não guardei, Deixei ali. Olhando-me, Olhando para mim... Com pena de mim, Querendo lhe encontrar para se dizer. Para dizer que estava com dó de mim Mas você não está por perto. O poema diferente, inacabado, (feito "O homem de nariz quebrado") não revisado... Ali, a não sei quanto